Em comunicado, a CVP adianta que neste momento estão ativas duas destas áreas de descanso, em Meãs, na Pampilhosa da Serra, no distrito de Coimbra, e no Fundão, no distrito de Castelo Branco, esta última, com capacidade para 250 operacionais em permanência, inclui um posto médico móvel.
Segundo a CVP, entre domingo e segunda-feira foram ativadas outras duas unidades em duas das zonas mais fortemente afetadas pelos incêndios florestais que lavram no centro do país, em Arganil e Ponte das Três Entradas, em Oliveira do Hospital (Coimbra), entretanto desmobilizadas.
Os 'rest spaces' são locais que funcionam como zonas de retaguarda nos teatros de operações e que têm como finalidade "garantir condições dignas de descanso, higiene, alimentação, apoio psicossocial e recuperação física daqueles que estão diretamente envolvidos no combate aos incêndios", lê-se na nota.
De acordo com a CVP, a plataforma Glovo também se juntou àquela instituição para apoiar a resposta humanitária aos incêndios, sendo que a partir de quarta-feira os utilizadores da aplicação poderão fazer contribuições entrando no seu perfil, selecionando a opção "doações" e escolhendo o valor que desejam doar.
Para Gonçalo Órfão, coordenador nacional de emergência da CVP, citado na nota, o atual cenário de incêndios "exige muito dos operacionais" e a morte de um bombeiro em missão relembra "de forma dolorosa, os riscos diários para quem está na linha da frente de combate aos incêndios".
Ao longo dos últimos dias, a CVP já integrou 25 teatros de operações, com a mobilização de 423 operacionais, entre os quais socorristas, elementos de logística e oficiais de ligação, numa operação que se mantém ativa e em crescimento, acrescenta a nota.
Até ao momento, foram registadas 85 ocorrências e realizadas 30 operações de evacuação preventivas, sempre em articulação com os restantes agentes de proteção civil, refere a Cruz Vermelha.
A resposta da instituição no terreno conta com o envolvimento de 107 ambulâncias em operação, 18 centros de coordenação móveis, 12 viaturas de logística, um posto médico móvel, uma viatura de comando, três Zonas de Apoio à População afetada e quatro 'rest espaces', dois dos quais ativos.
A Sala de Crise Nacional (SALOP) encontra-se ativa 24 horas por dia, assim como 42 delegações da rede da Cruz Vermelha Portuguesa, com meios de prevenção em permanência.
A CVP dispõe, ainda, de uma equipa de drones para reforço das operações de monitorização e apoio à decisão.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Os fogos provocaram dois mortos, incluindo um bombeiro, e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.
Segundo dados oficiais provisórios, até 19 de agosto arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
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