"O JPP considera que a Região Autónoma da Madeira, enquanto parte integrante do Estado português, deve demonstrar solidariedade nacional e capacidade de resposta articulada em situações de emergência", diz o partido em comunicado.
O JPP justifica a sugestão com "a gravidade da situação que se vive em Portugal continental, com tendência para um suposto agravamento face às condições climatéricas desfavoráveis, onde milhares de operacionais combatem diariamente múltiplas frentes ativas".
A presidente do JPP, Lina Pereira, citada no documento, recorda que no verão de 2024, quando a Madeira teve um incêndio "que durou 16 dias" em quatro concelhos da região, equipas de bombeiros profissionais do continente foram deslocados para a ilha com o objetivo de apoiar os que combatiam o fogo na Madeira.
"É hora de sermos elevados e retribuirmos agora que os bombeiros do continente precisam da ajuda de todos", acrescenta a também deputada na Assembleia Legislativa da Madeira.
A dirigente do JPP destaca que a Madeira dispõe de um "dispositivo de bombeiros profissionais com competência, experiência e preparação para operar em cenários exigentes".
Segundo Lina Pereira, "o envio de equipas ou capacidades especializadas para o território continental seria um contributo importante para reforçar os meios de combate, ao mesmo tempo afirmaria o espírito de cooperação e entreajuda entre regiões, tão necessário em tempos de crise".
A responsável do JPP sublinha que a "solidariedade entre regiões não pode ser apenas evocada em discursos políticos", devendo "concretizar-se em ações práticas".
Por isso, insta o Governo Regional da Madeira "a encetar de imediato contactos com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, no sentido de avaliar as necessidades no terreno e disponibilizar os meios humanos e logísticos adequados".
Perto de 1.600 operacionais, apoiados por mais de 400 veículos, foram mobilizados até às 17:30 de hoje para combater 80 incêndios rurais em Portugal continental, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Portugal continental entrou hoje em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio nos próximos dias.
Em 14 de agosto do ano passado, um incêndio florestal deflagrou na Serra d'Água, no concelho da Ribeira Brava, espalhou-se aos concelhos vizinhos (Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana), durou 14 dias e provocou uma área ardida estimada em mais de 5.000 hectares, segundo dados do Sistema Europeu de Informação Sobre Incêndios Florestais (Copernicus).
No combate ao fogo estiveram envolvidos elementos da Força Operacional Conjunta do continente e bombeiros dos Açores.
A população do sítio da Fajã das Galinhas, no concelho de Câmara de Lobos (estimada em 36 famílias) teve de ser realojada devido à perigosidade da estrada de acesso ao local.
Leia Também: Deputado do JPP na AR critica "bloqueio" do PSD a audição imediata de ministra