Nas eleições autárquicas de 2021, as primeiras disputadas pelo partido, a IL tinha apresentado candidaturas em 53 municípios - 46 em listas próprias e sete em coligações -, só tendo conseguido eleger um único vereador.
Quatro anos depois, o cenário mudou: a IL tenciona candidatar-se em cerca de 100 câmaras, quase o dobro face a 2021, e irá integrar coligações em cerca de "25% a 30%" dos casos, segundo indicou à Lusa o coordenador autárquico do partido, o deputado Miguel Rangel.
Até ao momento, a IL já 'fechou' 75 candidaturas: 47 em listas próprias e 28 em coligação, apresentando-se ao lado de PSD e CDS nos quatro maiores municípios do país: Lisboa, Sintra, Porto e Vila Nova de Gaia.
Esta foi uma mudança de estratégia do partido quando comparado com há quatro anos, em que a IL tinha apresentado candidatos próprios em todos esses municípios, com exceção do Porto, onde apoiou o movimento independente liderado por Rui Moreira.
À Lusa, Miguel Rangel disse que esta aposta reforçada em coligações se deve à alteração das circunstâncias políticas e foi decidida "caso a caso" pelos núcleos territoriais da IL, frisando que não houve "nenhum desígnio nacional de fazer uma aposta" em acordos com outros partidos.
Em listas próprias, destaque para a candidatura do ex-líder Rui Rocha à Câmara Municipal de Braga - o único deputado do partido que irá concorrer nas autárquicas -, numa altura em que o atual autarca da cidade, Ricardo Rio, não se pode recandidatar por atingir o limite de três mandatos.
À Lusa, Miguel Rangel referiu que o objetivo da IL nestas eleições é conseguir ter "um crescimento significativo do número de autarcas, principalmente nas vereações", incluindo através de candidaturas próprias, e garantir que o partido integra executivos camarários.
Os liberais consideram, contudo, "muito difícil" vir a conquistar uma presidência de Câmara, como indicou à agência Lusa a nova líder da IL, Mariana Leitão, antes de ser eleita na Convenção Nacional do partido, em 19 de julho.
Na sua moção estratégica, Mariana Leitão defendia que, "mais do que aumentar o número de eleitos", a IL devia "criar laboratórios de governação liberal", que se tornem um exemplo nacional do que o partido defende.
"Que sejam um exemplo de como se pode fazer diferente e melhor. Autarquias que atraiam talento, empresas e projetos", lia-se nessa moção.
À Lusa, Miguel Rangel diz estar convicto que 2025 "será um passo muito importante para o crescimento autárquico" da IL, o que, considerou "vai ter uma influência positiva nas governações locais, no exercício do poder local, mas também nos objetivos e na implementação da IL".
O coordenador autárquico destacou ainda o facto de o partido se candidatar ao dobro das autarquias, o que, segundo disse, se deve ao trabalho dos núcleos e dos cerca de 90 autarcas eleitos, e mostra que o partido alargou a sua implementação local.
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