Numa nota assinada pelo secretário-geral do Partido Popular Monárquico (PPM), Paulo Estêvão, e divulgada dois dias depois de ter terminado o prazo para a entrega das listas às autárquicas de 12 de outubro, a candidatura assumiu como "propósito mínimo a eleição de pelo menos um vereador e a criação de um grupo municipal".
O programa eleitoral será apresentado no início da próxima semana.
"A Democrática Aliança (AD) resulta de uma coligação entre o PPM e o PTP [...]. É uma proposta política que representa o contributo histórico do PPM para a AD, que o PPM fundou em 1979 conjuntamente com o PSD e o CDS-PP e que foi sempre utilizada em conjunto pelos três partidos até às eleições legislativas de maio de 2025", descreve o dirigente monárquico, apresentando a "versão da AD" do partido em conjunto com os trabalhistas.
No comunicado tanto é usada a designação "Democrática Aliança -- Coligação PPM/PTP", como "Democrática Aliança (AD)".
O PPM refere que "não abdica de usar a sigla AD", reivindicando o "espírito reformista e ecológico" da "AD de Gonçalo Ribeiro Telles, o criador da Reserva Agrícola Nacional e da Reserva Ecológica Nacional e de amplos projetos para conceber uma Lisboa verde e sustentável".
O gabinete de Ribeiro Telles, ministro de Estado e da Qualidade de Vida na década de 1980, foi uma das equipas que Tomaz Ponce Dentinho, de 66 anos e natural de Lisboa, integrou na vida profissional.
"Esteve lá desde o início e tem um percurso académico e cívico incomparavelmente superior aos que agora se arrogam como representantes da AD", escreve Paulo Estêvão.
O cabeça de lista - mestre em Economia, doutorado e pós-graduado em Economia do Ambiente -- é colaborador da Universidade Ioan Cuza, em Iasi, na Roménia, e presidente da Associação para a Ciência e Desenvolvimento dos Açores, que fundou em 2013.
Presidiu também à Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional, entre outros cargos, e publicou "mais de 100 artigos científicos" em revistas nacionais e internacionais nas áreas da economia regional, economia do ambiente e economia da agricultura.
A coligação que reúne monárquicos e trabalhistas é a oitava candidatura a ser conhecida em Lisboa, depois da de Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), João Ferreira (CDU), Ossanda Líber (Nova Direita), Bruno Mascarenhas (Chega), José Almeida (Volt) e Adelaide Ferreira (ADN).
No atual mandato (2021-2025), a autarquia é presidida pelo social-democrata Carlos Moedas, que governa sem maioria absoluta, eleito pela coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança.
A coligação de direita tem sete eleitos, o mesmo número do que a lista "Mais Lisboa" (PS/Livre), enquanto a CDU (PCP/PEV) tem dois e o BE um.
Este ano, no âmbito das legislativas nacionais de maio, o Tribunal Constitucional chumbou o uso da designação AD -- Aliança Democrática - PSD/CDS pelas listas conjuntas de sociais-democratas e democratas-cristãos, que foram a votos com a denominação AD - Coligação PSD/CDS.
O tribunal considerou que o primeiro nome poderia induzir os eleitores em erro, dada a "proximidade temporal entre atos legislativos, cerca de um ano", devido às eleições nacionais de 2024, quando a coligação também integrava o PPM.
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