O FK Sochi está a assinar um arranque de temporada, verdadeiramente, 'para esquecer', e, este sábado, sofreu aquela que foi a segunda humilhação ao cabo de tantas outras jornadas do principal escalão do futebol russo, e, depois da pesada derrota sofrida na visita ao Lokomotiv Moscovo, por 3-0, saiu goleado da receção ao Akron Togliatti, por 0-4.
Dmirtiy Pestryakov desfez o nulo, logo ao quinto minuto, tendo os restantes surgido ainda antes do apito para o intervalo, por intermédio de Aleksa Djurasovic, Maxim Boldyrev e Artem Dzyuba. Um resultado 'pesado', que fragiliza ainda mais a posição do treinador, o antigo selecionador espanhol Robert Moreno.
Após o apito final, no Estádio Olímpico de Sochi, o próprio treinador de 47 anos de idade 'chegou-se à frente' e fez 'mea culpa': "Isto é uma vergonha e uma desgraça. É um dia em que sinto vergonha, algo que nunca senti em toda a minha carreira enquanto treinador. Só quero pedir desculpa ao clube, aos funcionários, ao presidente, à direção e, especialmente, aos nossos adeptos".
"Como disse aos meus jogadores, os últimos dez minutos do último jogo e os primeiros dez minutos deste foram uma vergonha. Não merecemos que nos paguem. Já disse aos jogadores que deveriam dar metade do seu salário ao clube", prosseguiu, em declarações reproduzidas pelo jornal espanhol As.
"Isto também é culpa minha. Assumo a responsabilidade, mas cada um de nós deve partilhar desta culpa e assumir a responsabilidade pela vergonha que foi este jogo. Não sei se os jogadores o farão, mas eu, sem dúvida, doarei metade do meu salário mensal. Se o contrato assim me permitir, irei doá-lo, simplesmente, à caridade, porque não merecemos esse dinheiro", rematou.
O período mais delicado
Robert Moreno, recorde-se, chegou ao FK Sochi em janeiro de 2024. Desde então, orientou a equipa principal ao cabo de 51 partidas oficiais, ao cabo das quais somou 19 vitórias, 17 empates e 15 derrotas, marcando 80 golos e sofrendo 62. No entanto, este é mesmo o período mais sensível no cargo.
Feitas as contas, esta temporada, não soma qualquer ponto conquistado, pelo que a equipa partilha o fundo da tabela com o Dynamo Makhachkala (que ainda vai medir forças com o FK Orenburg, este domingo), o FK Rostov, o Akhmat Grozny e o Nizhny Novgorod.
Para já, são escassas as perspetivas de melhoria, especialmente, tendo em conta a curta margem de manobra no mercado de transferências, que se traduziu nas aquisições de Aleksandr Kovalenko (ao Orenburg, por 1,5 milhões de euros), Maksim Kaynov (ao Arsenal Tula, por 200 mil euros), Roman Ezhov, Mikhail Ignatov, Aleksandr Osipov, Yuriy Dyupin (todos a 'custo zero'), Sergey Volkov, Dmitriy Vasiljev (ambos por empréstimo do Zenit), Anton Zinkovskiy (por empréstimo do Spartak Moscovo) e Artem Korneev (por empréstimo do Lokomotiv Moscovo).
O próximo desafio será, de resto, potencialmente decisivo, uma vez que o KF Sochi terá pela frente o Dínamo Moscovo, pelas 16h30 (hora de Portugal Continental) de terça-feira, dizendo este respeito à ronda inaugural da fase de grupos da Taça da Rússia.
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