Pep Guardiola concedeu uma extensa entrevista à mais recente edição da revista espanhola GQ, na qual abordou diversos temas, entre eles, a 'explosão' de Lamine Yamal, jogador que, aos 18 anos de idade, é já comparado a Lionel Messi, fruto da preponderância adquirida, não só no Barcelona, como também na principal seleção de Espanha.
"Penso que, com Lamine Yamal, há que deixá-lo fazer a sua carreira. E, quando levar 15 anos a jogar, diremos se é melhor ou pior. Deixem que faça a sua carreira. Já o facto de o compararem com Messi são palavras maiores. É como se compararem um pintor a Van Gogh. Nesse caso, diria 'Bem, não está mal, é sinal de que é bom". E isso de comprar é sinal de que é bom, mas há que deixar que faça a sua carreira. Depois, logo veremos", afirmou.
Instando, ainda assim, a estabelecer um paralelismo entre ambos os jogadores, o treinador do Manchester City limitou-se a assumir que Lamine Yamal "é bastante bom": "A comparação com Messi são palavras maiores. São 90 golos numa temporada, durante 15 anos, sem parar, sem lesões. São palavras maiores. Deixem-no. Deixem-no".
"Barcelona? Acabou para sempre"
Pep Guardiola aproveitou, ainda, esta entrevista para acabar, de uma vez por todas, com os rumores que vão dando, insistentemente, conta da possibilidade de, um dia, vir a regressar ao Barcelona, clube que representou, primeiro, enquanto jogador (entre 1990 e 2001), e, mais tarde, enquanto treinador (entre 2008 e 2012).
"Já se acabou. Acabou-se para sempre. Foi muito bonito, mas já acabou", atirou, referindo-se a um período áureo de quatro anos, ao longo dos quais conquistou três La Ligas, três Supertaças de Espanha, duas Taças do Rei, duas Ligas dos Campeões, duas Supertaças da Europa e ainda três Campeonatos do Mundo de Clubes.
Questionado sobre se poderia, eventualmente, ponderar a possibilidade de vir a concorrer à presidência do conjunto blaugrana, o técnico de 54 anos respondeu de forma perentória: "Não! Não sirvo para isso".
"A minha carreira terminou quando a minha cabeça disse 'basta'"
Estávamos em 2006, quando, acabado de festejar o 35.º aniversário, Pep Guardiola tornou pública a decisão de colocar um ponto final na carreira de futebolista, que, então, prosseguia ao serviço dos mexicanos do Dorados. Agora, o próprio justifica essa decisão com constrangimentos físicos.
"A minha carreira terminou quando a minha cabeça disse 'basta'. Poderia tê-la prolongado, mas a minha cabeça disse 'Já estou cansado, já não tenho mais para dar'. Penso que soube parar no momento certo. Aconteceu-me o mesmo com o meu trabalho de treinador [no Barcelona]. Chegou um momento em que disse 'Basta, já é suficiente. Vou procurar outro desafio'. Quando queres forçar demasiado, as coisas já não se dão. Mas foi a cabeça, e não tanto os músculos, os joelhos ou os pés", referiu.
O catalão, recorde-se, abandonou Camp Nou em 2012. Seguiu-se um 'ano sabático', após o qual assumiu o comando técnico do Bayern Munique, entre 2013 e 2016, e, depois, a experiência no Manchester City, que se prolonga aos dias de hoje.
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