A decisão do banco liderado por Carlos Torres surge uma semana após os acionistas do Sabadell terem aprovado, quase por unanimidade, a venda da sua filial britânica, TSB, ao Santander por 2.650 milhões de libras (3.050 milhões de euros).
A Comissão Europeia (CE) abriu um procedimento de infração contra Espanha por causa da legislação que permitiu ao Governo condicionar a fusão dos bancos BBVA e Sabadell, anunciou, em 17 de julho, o executivo europeu.
Bruxelas "insta a Espanha a cumprir a regulamentação bancária" da União Europeia (UE) e "a respeitar as liberdades fundamentais do mercado único", lê-se num comunicado da Comissão, em que se anuncia "um procedimento de infração" ao país por incumprimento de várias normas comunitárias e de um tratado europeu.
O executivo espanhol anunciou em 24 de junho que autoriza a OPA do BBVA sobre o Sabadell se os dois bancos mantiverem durante três anos personalidades jurídicas, patrimónios e gestões separados.
O ministro espanhol da Economia, Carlos Cuerpo, disse no mesmo dia que a decisão do Governo, aprovada em Conselho de Ministros, se fundamenta na necessidade de proteção de princípios de "interesse geral", previstos na legislação espanhola e que têm o aval da jurisprudência dos tribunais da União Europeia.
A compra do catalão Sabadell pelo banco basco BBVA, através de uma OPA hostil, foi autorizada pela autoridade da concorrência de Espanha no final de abril, mas o Governo espanhol podia invocar ainda princípios de "interesse geral" e intervir no processo, impondo mais condições para a concretização da operação, o que ocorreu.
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