Dorme entre sete a nove horas por noite? São as horas ideais para adultos. Se não as cumprir pode aumentar o risco de algumas doenças. Segundo um estudo publicado na revista Health Data Science, noites mal dormidas e problemas de sono podem aumentar o risco de vir a ter 172 doenças.
A investigação foi feita por equipas das universidades de Pequim e a Army Medical University. Foram analisados dados de mais de 88 mil pessoas com idade média de 62 anos. Foi avaliado a duração do sono, o horário do início do sono, o ritmo e a fragmentação do sono.
Concluíram que para 92 doenças, como Parkinson ou insuficiência renal, 20% do risco estava ligado ao mau sono.
Por outro lado, o mau sono foi associado ao dobro do risco de mais de 42 doenças, como a cirrose hepática. "Algumas doenças comuns apresentaram risco considerável, como doença de Parkinson, doença cardíaca pulmonar, diabetes tipo 2, obesidade, incontinência urinária", revelam os autores do estudo.
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"As descobertas ressaltam a importância negligenciada da regularidade do sono. É hora de ampliarmos a definição de sono de qualidade para além da mera duração", contou Shengfeng Wang, um dos responsáveis pelo estudo.
"Este estudo contribui para a crescente evidência que apoia o papel crítico que o sono desempenha como um fator de risco modificável em uma série de distúrbios médicos, especialmente na meia-idade e na terceira idade."
Explicam ainda que é de todo importante perceber os seus padrões de sono ao longo da vida e tirar conclusões sobre o impacto que têm na sua saúde.
"É importante entender melhor estes padrões, por que isso pode impactar recomendações sobre quais aspetos do sono devemos que deve monitorizar mais de perto em termos de avaliação do risco de futuros declínios na saúde.”
Contudo, referem também que o estudo pode ter algumas limitações. Dizem que o estudo foi medido apenas num período de sete dias e não considerou eventuais padrões de sono ao longo do tempo.
"Há a necessidade de estudos futuros que incluam uma avaliação clínica mais abrangente para elucidar completamente a ligação entre os perfis de distúrbios do sono e o risco de outros problemas médicos."
Acorda entre as três e cinco da manhã? Aqui está a possível razão
O corpo funciona segundo um ritmo circadiano, um padrão inato de 24 horas que controla o sono, a atividade hormonal e outros processos físicos essenciais de acordo com os ciclos de luz e escuridão.
O ambiente em que dorme desempenha um papel importante no facto de não conseguir dormir. Pode ser óbvio: os ruídos noturnos - desde o trânsito lá fora até ao zumbido do telefone ou da televisão no quarto ao lado - podem facilmente despertá-lo. Mesmo fontes de luz ténues, como um candeeiro de rua a brilhar através de uma janela ou uma luz de presença, podem ser suficientes para perturbar o sono.
Isto é particularmente verdade nas primeiras horas da manhã, quando o corpo passa mais tempo em fases mais leves do sono. À medida que a noite avança, o sono profundo e o sono REM dão lugar a um sono mais leve, deixando-o mais vulnerável ao despertar devido ao ruído ou à luz ambiente.
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