Mitos e verdades sobre cancro do pulmão: Médica esclarece tudo

Esta sexta-feira, 1 de agosto, assinala-se o Dia Mundial do Cancro do Pulmão. O Lifestyle ao Minuto falou com a médica Margarida Dias para desvendar alguns mitos e explicar as verdades sobre esta doença.

pulmão, médico

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Adriano Guerreiro
01/08/2025 09:04 ‧ ontem por Adriano Guerreiro

Lifestyle

Dia Mundial do Cancro do Pulmão

Segundo dados de um recente estudo, divulgado no âmbito da campanha 'Cancro do Pulmão Não Tira Férias', mais de metade dos portugueses conhece alguém que tenha cancro do pulmão, mais de 80% reconhece falta de informação e grande parte considera que o número de casos vai aumentar nos próximos anos.

 

De acordo com dados de 2022, o cancro do pulmão teve 6.155 novos casos em Portugal. Nesse mesmo ano, foi o responsável pelo maior número de mortes devido a cancro no país, 5.077. Esta sexta-feira, 1 de agosto, assinala-se o Dia Mundial do Cancro do Pulmão.

O Lifestyle ao Minuto entrevistou a médica Margarida Dias para esclarecer alguns dos mitos mais comuns sobre a doença. Deixou ainda alguns conselhos. "Muitos mitos persistem e podem atrasar o diagnóstico ou o tratamento. Por isso, é importante esclarecer dúvidas com informação simples e correta."

Notícias ao Minuto A médica Margarida Dias falou com Notícias ao Minuto© Margarida Dias  
Mito 1- O cancro do pulmão é uma doença predominantemente masculina e não afeta as mulheres

A explicação: O cancro do pulmão pode afetar homens e mulheres. No passado, o hábito de fumar era muito mais frequente nos homens e por isso também eram eles que tinham mais frequentemente cancro do pulmão. No entanto, como existem cada vez mais mulheres fumadoras, esta tendência tem-se alterado e o número de casos de cancro do pulmão nas mulheres tem vindo a aumentar.

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Mito 2- Se fumar poucos cigarros por dia não poderá desenvolver a doença

A explicação: Não existe um número de cigarros que seja considerado seguro. O tabaco continua a ser o principal fator de risco para cancro do pulmão. Quanto mais cigarros se fumar na vida, maior é o risco de cancro e mesmo os fumadores de um cigarro por dia ou fumadores ocasionais têm mais risco de desenvolver cancro do pulmão do que os não fumadores. A forma mais eficaz de prevenir o cancro do pulmão é não fumar ou deixar de fumar.

Mito 3- O fumo passivo não leva ao cancro do pulmão

A explicação: Estar exposto ao fumo do tabaco de outras pessoas aumenta o risco de cancro do pulmão até 20 a 30%. Quanto maior e mais intensa for essa exposição, maior é o risco. O fumo passivo é especialmente perigoso em crianças e em ambientes fechados.

Mito 4- Ter cancro do pulmão é uma sentença de morte

A explicação: O diagnóstico de cancro do pulmão em fases iniciais da doença faz toda a diferença e pode ser possível a cura. Mesmo nas fases mais avançadas, em que o cancro já está espalhado pelo corpo (metástases) existem tratamentos cada vez mais eficazes, como a imunoterapia e as terapias alvo, que aumentam a sobrevivência e melhoram a qualidade de vida. É muito importante estar atento a sinais e sintomas de alarme e procurar o seu médico se eles surgirem. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior será a probabilidade de sucesso.

Mito 5- Só existe um tipo de cancro do pulmão

A explicação: Quando se faz o diagnóstico de um cancro do pulmão é muito importante saber exatamente que cancro do pulmão é. Existem vários subtipos de cancro do pulmão e em muitos casos é importante fazer uma avaliação mais pormenorizada de biomarcadores, como o PD-L1 e o resultado do NGS. Estes biomarcadores são uma espécie de impressão digital do tumor que permite ao médico escolher um tratamento personalizado, dirigido a esse subtipo específico do tumor. Desta forma garante-se que o tratamento é personalizado e mais eficaz.

Mito 6- Só me devo preocupar se apresentar uma tosse forte e inexplicável

A explicação: A tosse persistente, mais de três meses, é um sinal de alerta e deve ser sempre avaliada por um médico. No entanto, há outros sintomas importantes, como falta de ar, expetoração com sangue, dor no peito quando se respira fundo, rouquidão e perda de peso, que não devem ser ignorados. Se estes sintomas aparecerem, não significa obrigatoriamente que tem cancro do pulmão, mas deve ser sempre avaliado por um médico. Em muitos casos, o cancro do pulmão pode não dar qualquer sintoma, principalmente nas fases iniciais. É expectável que nos próximos anos se inicie um programa de rastreio de cancro do pulmão em Portugal para que se consigam detectar estes casos.

Mito 7 - Além de não fumar, não há nada que se possa fazer para evitar o cancro do pulmão

A explicação: Não fumar é sem dúvida a medida com mais impacto para evitar o cancro do pulmão. No entanto existem outras medidas que também reduzem o risco. É o caso de evitar a exposição ao radão. O radão é um gás radioativo natural que pode acumular-se em edifícios e é a segunda principal causa de cancro do pulmão. Existem equipamentos que medem os níveis de radão e podem ser tomadas algumas medidas para minimizar a exposição. Deve ainda evitar a exposição ao amianto, também conhecido por asbestos ou fibrocimento. 

Este é também um fator de risco para cancro do pulmão, atualmente proibido em Portugal, mas ainda existem várias habitações mais antigas com este material. O ideal é que seja removido por equipas especializadas. Em profissões de risco, como a indústria mineira, indústria química, usar sempre os equipamentos de proteção individual como as máscaras e ventilar bem os espaços. Deve evitar o tabagismo passivo e fazer uma dieta saudável e praticar exercício físico regular.

Leia Também: Cancro da mama. Vírus respiratórios podem ativar células inativas

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