Alemanha e Ucrânia assinam contrato para produzir drones de longo alcance

A Alemanha e a Ucrânia assinaram o primeiro contrato para produção conjunta de 'drones' de longo alcance, noticiou a imprensa alemã, no âmbito do reforço do apoio de Berlim contra a invasão russa.

ucrânia drones

© SERGEY BOBOK/AFP via Getty Images

Lusa
01/07/2025 23:39 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Segundo o jornal alemão Die Welt, na sequência da visita do chefe da diplomacia de Berlim a Kiev na segunda-feira, este primeiro contrato para financiar armas de longo alcance para a Ucrânia prevê o fabrico mais de 500 'drones' de longo alcance Antonov-196 (AN-196).

 

Estes 'drones' kamikaze terão um alcance de voo de 1.200 quilómetros, transportando quase 50 kg de cargas explosivas, e serão fabricados já nos próximos meses, adiantou a mesma fonte.  

A Ucrânia já produz 'drones' sofisticados e com grande alcance, que tem usado para atacar alvos no interior da Rússia.

Segundo a agência ucraniana Ukrinform, a Alemanha já está a cofinanciar pelo menos três projetos para a produção de 'drones' na Ucrânia.

O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros afirmou na segunda-feira Em Kiev que o seu país está interessado em 'joint ventures' com empresas ucranianas para produzir armamento.

"Queremos construir novas 'joint ventures' para que a própria Ucrânia possa produzir mais rapidamente e em maior quantidade para a sua própria defesa, porque as suas necessidades são enormes", disse o ministro alemão, Johann Wadephul,  acompanhado por representantes da indústria de defesa alemã.    

"Vemos a nossa tarefa como ajudar a Ucrânia para que possa negociar com mais firmeza", afirmou Wadephul numa conferência de imprensa com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha.    

"A nossa cooperação em armamento é um verdadeiro trunfo, é uma continuação lógica do nosso fornecimento de material (...) E podemos até beneficiar mutuamente disso --- com a sua riqueza de ideias e a sua experiência, tornar-nos-emos melhores", adiantou o ministro alemão, que deverá também reunir-se com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.  

Apesar das iniciativas dos últimos meses para um entendimento entre Putin e Zelensky, os ataques russos com mísseis balísticos e 'drones' prosseguem diariamente, tal como investidas ao longo da linha da frente de aproximadamente 1.000 quilómetros.   

Sybiha agradeceu à Alemanha pela sua contribuição para a defesa aérea da Ucrânia e instou Berlim a enviar mais sistemas antimíssil.

Os russos "estão a atacar alvos civis para criar pânico, para influenciar a moral da nossa população", disse.  

"A chave é o sistema de defesa aérea", frisou

O novo chanceler alemão, Friedrich Merz, prometeu em maio ajudar a Ucrânia a desenvolver armas de longo alcance, livres de quaisquer limitações impostas pelo Ocidente quanto à sua utilização e alvos.

Também hoje, o governo da Letónia aprovou a transferência de 42 veículos blindados de transporte de pessoal Patria e outros materiais militares para as forças ucranianas, a fim de apoiar a Ucrânia na luta contra a agressão russa.

"Estou convencido de que os nossos veículos blindados Patria ajudarão as Forças Armadas Ucranianas na sua luta contra o agressor. Continuaremos a apoiar a Ucrânia no futuro - tanto este ano como no próximo, forneceremos à Ucrânia ajuda militar equivalente a 0,25% do nosso Produto Interno Bruto", disse o ministro letão da Defesa, Andris Spruds, citado por meios locais.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.  

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Leia Também: Kyiv reivindica destruição de posto de comando russo em Donetsk

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