Rússia reivindica controlo total de Lugansk, no leste da Ucrânia

A Rússia reivindicou o controlo total de Lugansk, no leste da Ucrânia, esta manhã. A informação ainda não foi confirmada pelas autoridades ucranianas.

Lugansk

© Getty Images/Fermin Torrano/Anadolu

Andrea Pinto
01/07/2025 08:56 ‧ há 7 horas por Andrea Pinto

Mundo

Ucrânia/Rússia

A Rússia assumiu hoje o controlo total da região ucraniana de Lugansk, três anos depois de Vladimir Putin ter enviado milhares de militares para a região, em fevereiro de 2022.

 

A informação é avançada pela televisão estatal russa e não foi ainda confirmada pelas autoridades ucranianas, avança a Reuters. Também o ministro da Defesa russo, Andrei Belousov, ainda não se pronunciou sobre o assunto.

“O território da República Popular de Lugansk está totalmente livre - a 100%”, afirmou Leonid Pasechnik a esta estação de televisão. O homem, nascido na União Soviética, é um funcionário russo nomeado por Moscovo como chefe da "República Popular de Lugansk".

Recorde-se que a conquista deste território era um dos objetivos da Rússia quando, a 24 de fevereiro de 2022, decidiu invadir a Ucrânia.

Desde o início do conflito que a Ucrânia defendeu que tanto Lugansk como outros territórios na mira dos russos eram internacionalmente reconhecidos como pertencentes ao país liderado por Volodymyr Zelensky e que as tentativas de Moscovo em apoderar-se deles era ilegal e sem fundamento. 

A confirmar-se, Lugansk, que tem uma área de 26.700 km2, é a primeira região ucraniana a ficar totalmente sob o controlo estabelecido das forças russas desde que a Rússia anexou a Crimeia em 2014.

A região tem estado parcialmente sob o controlo dos separatistas apoiados pela Rússia desde 2014. Após o início da guerra em fevereiro de 2022, as forças russas conseguiram ocupar a maior parte da região em poucos meses, mas, na sequência de uma contraofensiva no outono de 2022, os ucranianos conseguiram retomar algumas áreas, recorda o meio Stiri Pe Surse. Recentemente, os ucranianos apenas controlavam alguns quilómetros quadrados.

A mesma publicação refere que apesar de nenhuma fonte oficial do governo russo se ter ainda pronunciado, isso por norma só acontece pouco depois de as autoridades locais de ocupação anunciarem a conquista.

Para além de Lugansk,  Vladimir Putin alega também que as províncias ucranianas de Donetsk, Zaporíjia e Herson são território russo, tal como a península da Crimeia, ocupada ilegalmente em 2014.

As forças russas conseguiram vários avanços nos últimos meses no leste e nordeste da Ucrânia, concentrados principalmente na província de Donetsk, uma das quatro que foram anexadas em 2023 por Moscovo, uma medida não reconhecida internacionalmente.

Conflito sem fim à vista?

Desde o início do ano, e depois da chegada de Donald Trump ao poder nos EUA, muito se tem falado sobre as negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia.

No mês de maio, Istambul foi palco de dois encontros entre uma comitiva ucraniana e outra russa. Zelensky desafiou Putin a comparecer nestas negociações para um encontro frente a frente, mas o representante máximo de Moscovo tem evitado a sua presença.

Nestes encontros, mediados pela Turquia, foram acordadas algumas cedências, mas nunca um cessar-fogo. Assim, acordo de paz parece difícil de acontecer.

A Rússia, aliás, reconheceu no início de junho que a resolução do conflito com a Ucrânia é "extremamente complexa".

Resolução do conflito com a Ucrânia? Rússia admite extrema complexidade

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A Rússia reconheceu hoje que a resolução do conflito com a Ucrânia é "extremamente complexa", um dia depois de novas conversações russo-ucranianas na Turquia terem terminado sem um acordo de cessar-fogo.

Lusa | 12:44 - 03/06/2025

"A questão da resolução do conflito é extremamente complexa e envolve muitas 'nuances'", disse Peskov, acrescentando que Moscovo pretende, acima de tudo, "eliminar as causas profundas do conflito" para alcançar a paz com Kyiv.

Certo é que mais de três anos depois, a guerra causou dezenas de milhares de mortos civis e militares dos dois lados, e o fim é ainda uma incógnita.

Leia Também: FMI aprova nova parcela de 500 milhões de dólares para Kyiv

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