"Todos os argentinos devem saber que vamos recorrer desta decisão em todas as instâncias apropriadas para defender os interesses nacionais", escreveu Milei na rede social X.
A juíza norte-americana Loretta Preska determinou hoje que a Argentina deve transferir as suas ações da YPF para uma conta global de custódia num banco de Nova Iorque dentro de 14 dias.
Sem detalhar os argumentos com os quais a Argentina vai recorrer da decisão adotada na hoje por Preska, Milei centrou a sua mensagem em criticar o atual governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, que em 2012, quando o então Governo de Cristina Fernández (2007-2015) ordenou a nacionalização da YPF, ocupava o cargo de ministro da Economia da Argentina.
Em 2023, Preska condenou o Estado argentino a pagar 16,1 mil milhões de dólares às empresas Burford e Eton Park.
A condenação decorreu da decisão do Estado argentino, em 2012, de expropriar 51% das ações da YPF à espanhola Repsol sem fazer uma oferta pública de aquisição a outros acionistas minoritários da maior empresa petrolífera argentina.
O caso teve início em 2015, quando a empresa britânica Burford Capital e a empresa norte-americana Eton Park interpuseram a ação judicial depois de adquirirem os direitos de litígio de duas empresas constituídas em Espanha que faliram: a Petersen Energía Inversora e a Petersen Energía.
Estas duas empresas pertenciam anteriormente ao grupo argentino Petersen - propriedade da família Eskenazi - que detinha uma participação de 25% na YPF no momento da nacionalização e não participou no processo em Nova Iorque.
Burford e Eton Park pediram uma indemnização de milhões de euros no processo, argumentando que o Estado argentino deveria ter lançado uma oferta pública de aquisição das restantes ações que não pertenciam à Repsol.
A Argentina argumentou durante o julgamento que a lei de nacionalização da YPF aprovada pelo parlamento em 2012, a pedido do então Governo de Cristina Fernández, impedia o Estado de adquirir ações adicionais.
Na sua mensagem no X, Milei afirmou que "ter chegado a esta situação no país é da responsabilidade direta do inútil soviético Axel Kicillof quando era ministro da Economia".
"Passaram mais de 10 anos e os argentinos continuam a sofrer as consequências do pior governo da história da Argentina", afirmou.
Depois de a decisão da juíza ter sido tornada pública, as ações da YPF caíram quase 5% em Wall Street.
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