Num boletim público, as autoridades alertaram que os grupos de 'hackers' afiliados ou que apoiam Teerão podem ainda tentar interromper ou desativar sistemas de infraestruturas críticos nos EUA, como os serviços públicos, os transportes e os centros económicos.
Os 'hackers' também podem visar empresas de defesa ou outras empresas norte-americanas com ligações a Israel, destacaram ainda, citadas pela agência Associated Press (AP).
"Apesar de um cessar-fogo declarado e das negociações em curso para uma solução permanente, os 'ciberatores' e os grupos 'hacktivistas' afiliados no Irão ainda podem conduzir atividades cibernéticas maliciosas", sublinharam as agências.
O alerta sobre a continuidade das ciberameaças após a interrupção da guerra convencional reflete a natureza frequentemente obscura do conflito cibernético.
Os grupos de hackers podem ter apenas ligações precárias com um Estado-nação e podem procurar retaliação como alternativa à ação militar tradicional.
O boletim apresentou recomendações, incluindo a utilização de atualizações regulares de 'software' e sistemas de gestão de palavras-passe fortes para reforçar as defesas digitais.
Os 'hackers' que apoiam Teerão têm como alvo bancos, empresas de defesa e empresas de energia norte-americanas após ataques norte-americanos a instalações nucleares iranianas, mas até à data não causaram perturbações generalizadas.
Embora não possua as capacidades técnicas da China ou da Rússia, o Irão utiliza há muito as suas capacidades mais limitadas para roubar segredos, marcar pontos políticos ou intimidar adversários.
Os analistas atribuíram algumas destas atividades a grupos que trabalham em nome das agências militares e de informação do Irão. Mas, noutros casos, os grupos parecem agir de forma independente.
Israel lançou em 13 de junho uma ofensiva aérea em massa contra o Irão, afirmando querer impedir que este país se dotasse de uma bomba atómica.
Centenas de alvos militares e nucleares, bem como zonas habitadas, foram atingidos por estes ataques, que custaram a vida, nomeadamente, a altos oficiais iranianos e cientistas do programa nuclear. De acordo com as autoridades iranianas, pelo menos 935 pessoas foram mortas no Irão durante a guerra de 12 dias.
O Irão retaliou com disparos de mísseis e drones contra Israel, que causaram 28 mortes, segundo as autoridades israelitas.
Um cessar-fogo iniciado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, entrou em vigor em 24 de junho.
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