O ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, anunciou que a polícia tinha detido o cartoonista, publicando imagens da sua detenção numa escadaria na rede social X.
"A pessoa chamada D.P., que fez este desenho desprezível, foi apanhada e levada sob custódia", escreveu, acrescentando que "estes indivíduos sem vergonha terão de responder pelos seus atos perante os tribunais".
Uma cópia da imagem a preto e branco publicada nas redes sociais mostra o Profeta Maomé e Moisés a apresentarem-se um ao outro e a apertarem as mãos nos céus de uma cidade bombardeada.
"A Procuradoria-Geral da República abriu um inquérito sobre a publicação de um desenho na edição de 26 de junho de 2025 da revista Leman, que denigre abertamente os valores religiosos, e foram emitidos mandados de captura para os envolvidos", declarou o Ministério Público.
Emniyet güçlerimiz tarafından, Peygamber Efendimizi (S.A.V.) çizme hadsizliğini yapan derginin Müessese Müdürü A. Y. adlı şahıs da yakalanarak gözaltına alındı. pic.twitter.com/JR2IraE11U
— Ali Yerlikaya (@AliYerlikaya) June 30, 2025
Segundo os meios de comunicação social, as outras três pessoas visadas pelos mandados de captura são dois redatores-chefes e o chefe de redação da Leman.
Várias dezenas de manifestantes enfurecidos atacaram um bar frequentado por funcionários da revista Leman, no centro de Istambul, hoje à noite, provocando confrontos com a polícia que tentava prendê-los, de acordo com um correspondente da agência de notícias AFP no local.
Para uma grande maioria de muçulmanos, as representações imagéticas de Maomé ou de outros profetas islâmicos são proibidas.
Embora o Alcorão não proíba explicitamente estas representações, alguns hádices proíbem qualquer tipo de imagens alusivas a Maomé.
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