A mãe de Juliana Marins, turista brasileira que morreu no vulcão Rinjani, na Indonésia, revelou uma mensagem de despedida que a filha lhe enviou no início da sua viagem pelo Sudeste Asiático.
Na referida mensagem, partilhada por Estela Marins com o programa Fantástico, da Globo, Juliana expressou o seu amor pela família, que temia desapontar.
"Mami, eu te amo tanto. Fiquei com coração partido quando a gente se despediu. Na verdade, essa é a única coisa que me preocupa: deixar você, papi ou minha irmã desapontados. De resto, não tenho medo de muita coisa, muito menos de perrengue [problemas]", escreveu a jovem, de 26 anos.
Além disso, destaca a admiração que sente pela mãe e sublinha a forma como são parecidas.
"Fui criada por uma mulher que consegue resolver qualquer problema e que não tem medo de se jogar e ir atrás do que sonha. Sou assim também. Tenho vontades e sonhos diferentes. Amo muito vocês! E serei sempre grata por todo apoio, cuidado e carinho. Isso que faz eu não ter medo. Obrigado por tudo. Te amo", acrescentou.
A jovem brasileira, recorde-se, tinha viajado, sozinha, para a Ásia e caiu durante uma caminhada no vulcão Rinjani. Foi encontrada morta na terça-feira passada, quatro dias após a queda.
Juliana foi vista pela última vez pelas 17h10 locais de sábado, 21 de junho, em imagens captadas por um drone de outros turistas que a mostrava sentada após a queda. No entanto, quando as equipas chegaram ao local já não a encontraram. Apurou-se, posteriormente, que a turista brasileira sofreu uma segunda queda.
Na última sexta-feira, o médico legista Ida Bagus Alit anunciou os resultados preliminares da autópsia ao corpo da jovem, revelando que Juliana terá morrido cerca de 20 minutos devido aos vários ferimentos que sofreu. Entretanto, ontem, foi conhecido que a família pediu à justiça brasileira uma nova autópsia, o que já se confirmou. Segundo g1, a Advocacia-Geral da União informou que vai cumprir voluntariamente o pedido.
O corpo de Juliana deve chegar ao Brasil esta terça-feira e a autópsia deverá ser realizada em até seis horas após o desembarque. O objetivo é preservar eventuais evidências sobre as circunstâncias da morte.
No fim de semana, recorde-se, o pai de Juliana, Manuel Marins, já tinha recorrido às redes sociais para recordar a filha e as viagens em família, partilhando uma fotografia em Lisboa, um local que, naquela altura, emocionou a jovem.
“Sempre gostámos muito de viajar. Desde cedo, mesmo antes de as meninas nascerem, eu e Estela já botávamos os pés na Estrada. Quando elas nasceram, continuámos a realizar as viagens. Primeiramente de carro e depois de avião. (...) Procurávamos sempre os hotéis mais baratos, comíamos em 'fast foods', porque o importante era estarmos juntos”, escreveu Manoel Marins, na rede social Instagram, lembrando a viagem realizada a Lisboa e às “lágrimas de emoção da Juju ao visitar o Castelo de São Jorge”.
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