As manifestações ocorridas na quarta-feira à noite sucedem-se à contestação verificada durante o fim de semana contra o Governo do Presidente Aleksandar Vucic.
Os agentes intervieram na noite de quarta-feira e durante a madrugada de hoje na capital, Belgrado, na cidade de Novi Sad, no norte da Sérvia e nos municípios de Nis e Novi Pazar, no sul do país.
Os estudantes universitários que apoiaram os protestos afirmaram que a polícia atacou e feriu "muitos manifestantes" que participavam nas manifestações de forma pacífica, mas as autoridades negaram os relatos de brutalidade policial e de uso excessivo da força.
Várias testemunhas disseram aos meios de comunicação social locais que a polícia de choque agrediu os manifestantes com bastões e escudos e que quatro estudantes foram hospitalizados na sequência das alegadas agressões.
Quatro agentes ficaram feridos e uma viatura da polícia ficou danificada, informou o Ministério do Interior (equivalente ao Ministério da Administração Interna) em comunicado.
O mesmo documento refere que os agentes "atuaram em conformidade com a lei" na resposta aos distúrbios de quarta-feira e da madrugada de hoje.
As tensões na Sérvia agravaram-se desde a manifestação ocorrida sábado passada e que exigia eleições legislativas antecipadas.
A concentração de dezenas de milhares de pessoas em Belgrado terminou com confrontos entre a polícia de choque e grupos de manifestantes.
Vucic tem-se recusado a marcar eleições antecipadas, apesar dos mais de oito meses de contestação.
Os protestos começaram em novembro do ano passado, depois de uma cobertura de uma estação ferroviária renovada ter desabado em Novi Sad, matando 16 pessoas.
O acidente provocou indignação junto da sociedade sérvia, que acusa o governo de negligência e corrupção em projetos de edifícios e estruturas estatais.
As próximas eleições legislativas e presidenciais estão previstas para 2027.
Embora rejeite a exigência de eleições, Vucic intensificou a pressão do governo para travar os protestos que descreve como "terror" e tentativas de "derrube do Estado".
Para a oposição da Sérvia, Vucic tornou-se cada vez mais autoritário desde que chegou ao poder há mais de uma década, reprimindo direitos, liberdades e garantias e "abrindo o caminho" à corrupção e ao crime organizado.
A Sérvia está a tentar entrar formalmente na União Europeia, apesar de o governo de Vucic manter relações estreitas com a Rússia e a República Popular da China.
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