O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou Barack Obama, Hillary Clinton, a administração "falhada e criminosa" de Joe Biden, entre outros, de terem escrito os 'ficheiros de Epstein' após os seus apoiantes atacarem o governo, revelando "não estar a gostar do que está a acontecer". Em causa está um memorando divulgado na semana passada onde consta que não há evidências de que Epstein mantinha uma 'lista de clientes'.
"O que é que está a acontecer com os meus 'meninos' e, em alguns dos casos, 'amigos'? Estão todos a ir atrás da procuradora Pam Bondi que está a fazer um fantástico trabalho!", começou por escrever na sua plataforma Truth Social, na noite de sábado.
E acrescentou: "Estamos numa equipa MAGA (sigla para 'Make America Great Again') e não estou a gostar do que está a acontecer. Temos uma administração perfeita, a conversa do mundo e 'pessoas egoístas' estão a tentar feri-la. Tudo por causa de um homem que nunca morre".
Donald Trump referiu ainda que, durante anos, "tem sido Epstein, repetidamente".
"Por que é que estão a fazer publicidade aos ficheiros escritos por Obama, pela corrupta Hillary, Comey, Brennan e pelos falhados e criminosos da administração de Biden, que enganaram o mundo com a Rússia, Rússia Hoax, 51, Agentes de 'Inteligência', 'o computador do inferno'?", salientou.
O norte-americano reiterou que "eles criaram os 'ficheiros Epstein' e referiu que "criaram o dossiê 'Hillary Clinton/ Christopher Steele' e que o usaram contra ele [Trump]".
"Porque é que os lunáticos radicais de Esquerda não divulgaram os 'Ficheiros Epstein' Se existia algo que pudesse ferir o movimento MAGA, porque não o fizeram?, questionou, acrescentando que ainda "não desistiram dos ficheiros de John F. Kennedy ou de Martin Luther King".
"Não interessa quanto sucesso tivemos para garantir a segurança das fronteiras, a deportar criminosos, a corrigir a economia, o domínio da energia, [tornar] o mundo mais seguro onde o Irão não terá armas nucleares. Nunca é suficiente para algumas pessoas", afirmou.
Donald Trump notou ainda que, em seis meses, a sua administração "está prestes a conseguir mais do que qualquer outra em 100 anos", e ressalvou que há "muito mais por fazer". Frisou também que estão "a salvar o país" e que "tornar a América grande novamente" continua a ser uma "prioridade".
"A Esquerda está a implodir. Kash Patel e o FBI devem focar-se na investigação por fraude fiscal, corrupção política, no ActBlue, nas eleições manipuladas e roubadas de 2020 e prender bandidos e criminosos, em vez de estar, mês após mês, a perder tempo a olhar para o mesmo velho, em documentos inspirados pela Esquerda radical sobre Jeffrey Epstein", sublinhou.
O presidente norte-americano pede para que "deixem a [procuradora] Pam Bondi fazer o seu trabalho", ressalvando que o seu trabalho é "ótimo".
E voltou a atacar: "As eleições de 2020 foram manipuladas e roubadas e tentaram fazer a mesma coisa em 2024. É isso que ela está a fazer enquanto procuradora e muito mais. Há um ano, o nosso país estava morto, agora é o país 'mais quente' de qualquer parte do mundo".
"Vamos mantê-lo assim e não vamos perder tempo e energia com Jeffrey Epstein, uma pessoa de que ninguém quer saber", terminou.
O que está em causa?
Figuras próximas do movimento 'Make America Great Again', do presidente Donald Trump, fizeram durante anos campanha nas redes sociais exigindo a divulgação de documentos sobre Epstein alegadamente retidos pelo governo, caso de Tucker Carlson, antigo apresentador da Fox News.
Reagindo ao anúncio do executivo, Carlson acusou o Departamento de Justiça, que conduziu a investigação com a agência de investigação federal FBI, de tentar "ocultar" a verdade e, assim, "insultar o público".
FBI descontente com Procuradoria e Trump 'farto' do caso
O caso Jeffrey Epstein tem dado que falar, com as novas revelações de que não haveria uma 'lista de clientes' a estarem no centro de uma polémica. O FBI estará descontente com a Procuradoria - e até Trump já está 'farto' do caso.
Uma alegada briga entre a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, e o diretor-adjunto do FBI, Dan Bongino, levou a que este último tirasse um dia de folga, levantando também suspeitas de que se pudesse ter demitido. Em causa estão as mais recente revelações do caso que envolve Jeffrey Epstein, e que dão conta de que o magnata, afinal, não tinha uma 'lista de clientes'.
Recorde o caso Epstein
Jeffrey Epstein foi preso no dia 6 de julho de 2019, pelo crime de tráfico sexual com menores de 14 anos, e apareceu morto no dia 10 de agosto na cela.
O norte-americano estava acusado, pela procuradoria do distrito sul de Manhattan, de controlar um esquema de tráfico sexual e abuso sexual de menores, tendo alegadamente criado uma rede para abusar de dezenas de meninas na sua mansão de Nova Iorque e numa outra situada na Flórida.
Na semana passada, os investigadores confirmaram a morte de Epstein por suicídio numa prisão de Nova Iorque em 2019, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Trata-se da primeira negação oficial sobre uma alegada lista de personalidades influentes associadas a Epstein e um possível assassinato para o silenciar.
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