"Há falta de trabalho nos setores chaves para melhor identificar os casos e também [falta] uma sensibilização da população para haver dados fidedignos", referiu Elisa Fontes, durante uma campanha de sensibilização que antecipa o Dia Mundial da Luta Contra o Tráfico de Pessoas, a assinalar a 30 de julho.
Segundo a responsável, entre 2016 a 2024, registaram-se apenas cerca de 13 casos, nos registos oficiais, com apenas uma condenação.
"Se olharmos para casos visíveis em Cabo Verde, como o turismo sexual e a prostituição, podemos falar de tráfico humano", num retrato que os dados oficiais deixam "muito aquém".
"Houve um estudo que aponta para a necessidade de capacitar mais os profissionais e a população para termos informações fiáveis e próximas da nossa realidade", acrescentou.
A campanha, lançada na cidade da Praia, para informar e avaliar o conhecimento da população sobre o tema, prossegue na próxima semana com uma mesa de reflexão na ilha de São Vicente e no Sal, contemplando também a projeção de documentários.
O Observatório Nacional contra o Tráfico de Pessoas, em funções há oito meses, visa reforçar a coordenação e o acompanhamento de políticas públicas no combate ao crime.
A estrutura, que integra representantes de diversas áreas, tem como objetivo consolidar estratégias de prevenção e proteção das vítimas, promovendo uma atuação integrada entre as diferentes instituições.
Em janeiro, a entidade e a Universidade Jean Piaget de Cabo Verde (UniPiaget) assinaram um protocolo para desenvolver estratégias de combate ao crime organizado.
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