Os irmãos Lyle e Erik Menendez conseguiram uma vitória importante - enquanto aguardam uma audiência marcada para agosto - uma vez que conseguiram que as evidências, como a carta escrita por Erik a um primo, podem levar à absolvição de ambos. Os norte-americanos foram condenados a prisão perpétua após assassinarem a mãe e o pai em 1989, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
De acordo com a Fox News, que teve acesso a uma ordem judicial de 8 de julho, o Estado terá de explicar porque é que as evidências de que os irmãos teriam sofrido abusos físicos e sexuais foram excluídos do julgamento.
Note-se que Lyle e Erik alegaram, durante vários anos, que o que motivou o crime foi autodefesa, tendo em conta que, ao longo das suas vidas, foram vítimas de abusos por parte dos pais, Kitty e Jose Menendez.
De recordar também que, oito meses antes do homicídio, Erik terá escrito uma carta a um primo onde falava acerca dos abusos que ele e o irmão sofriam, acusando o pai de abuso sexual.
Posteriormente, um membro da banda 'Menudo' também acusou Jose Menendez de alegadamente o ter violado, entre 1983 e 1984, quando tinha 14 anos. A sua declaração surgiu quase 40 anos depois dos acontecimentos.
Já em março de 2023, os irmãos apresentaram uma petição, onde pediram que as suas condenações pelo homicídio dos pais fossem reconsideradas num novo julgamento, tendo em conta a carta enviada por Erik ao primo (sobre os alegados abusos) tivesse sido tida em conta como uma prova e a declaração do membro dos 'Menudo' que se tivesse sido feito anos antes, teria evitado a condenação.
Por sua vez, este ano, como resposta à petição apresentada pelo procurador-distrital do condado de Los Angeles, Nathan Hochman, os procuradores negaram que a carta e a declaração constituíssem novas evidências. Afirmaram que a carta enviada ao primo era "inoportuna" e que o depoimento do membro da banda Menudo era "inadmissível, imaterial e carecia de credibilidade".
No entanto, a ordem judicial agora apresentada pelo juiz do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, William C. Ryan, refere que tanto a carta como a declaração dada constituem uma prova 'prima facie', dando conta de que os irmãos têm direito ao recurso 'habeas'.
O procurador Hochmam tem agora uma prazo de 30 dias para responder e deverá explicar qual a razão de não se dever conceder o 'habeas corpus' aos irmãos Menendez.
De notar, que há alguns meses, Lyle e Erik viram a sua pena de prisão perpétua mudar com a possibilidade de liberdade condicional.
Os irmãos aguardam agora a audiência que determinará se vão poder gozar de liberdade condicional, que acontecerá nos dias 21 e 22 de agosto.
Recorde o caso dos irmãos Menendez
Na noite de 20 de agosto de 1989, a polícia foi chamada a uma mansão em Beverly Hills. Ali, encontrariam os corpos de José Menéndez e sua esposa, Kitty, no chão, atingidos por tiros de espingarda e irreconhecíveis. O caso chocou a comunidade local e adensou-se quando os filhos do casal Erik e Lyle Menendez se tornaram suspeitos do crime.
Erik e Lyle entraram na mira das investigações depois de começarem a ostentar uma vida luxuosa com a herança deixada pelo casal, comprando apartamentos, carros de luxo e outros artigos dispendiosos. A prova cabal, porém, veio com a confissão de Erik ao seu psicólogo, Jerome Oziel, que acabou por denunciá-lo às autoridades.
Os irmãos tinham 18 e 21 anos, respetivamente, e após um julgamento mediático, foram condenados, em 1996, a prisão perpétua.
Em 2024, a história recriada pela Netflix na série 'Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais', fez com que o caso voltasse a ter mediatismo. A série protagonizada por Javier Bardem e Chloë Sevigny, que interpretam o casal assassinado, e Cooper Koch e Nicholas Alexander Chavez, como filhos do casal, fez com que o caso foi reavaliado pela opinião pública e pelos próprios promotores da Califórnia. A família pede que uma nova sentença seja emitida.
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