Hospital de Sweida contabilizou "mais de 400 corpos desde segunda-feira"

O hospital governamental de Sweida, cidade do sul da Síria com maioria drusa, recebeu "mais de 400 corpos desde a manhã de segunda-feira", disse hoje fonte hospitalar local.

Sweida, Síria

© BAKR ALKASEM/AFP via Getty Images

Lusa
18/07/2025 17:04 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Síria

"Não há mais espaço no necrotério, os corpos estão na rua" em frente ao hospital, afirmou Omar Obeid, presidente da secção de Sweida da Ordem dos Médicos local, à agência de notícias France-Presse (AFP).

 

Os confrontos começaram no domingo à noite entre combatentes drusos e tribos beduínas locais antes da intervenção das forças do governo sírio, acusadas de também terem combatido os grupos drusos.

A violência já provocou pelo menos 60 mil deslocados, sendo impossível uma estimativa imparcial do número de mortos, declararam hoje as agências da ONU.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) afirmou que estes deslocamentos foram registados nos últimos três dias.

O ACNUR é a única organização internacional com presença direta naquela cidade síria, onde conta com 18 colaboradores, que tiveram de ser retirados da região devido à insegurança.

No entanto, a organização já tinha conseguido reafetar mantimentos de emergência e estava a trabalhar na criação de centros de abrigo coletivo para pessoas que tiveram de fugir da violência na área.

Uma porta-voz do Gabinete de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, disse que conseguiram recolher informações em primeira mão de familiares de vítimas e testemunhas das atrocidades cometidas em Sweida, de onde as pessoas continuam a fugir.

Através de canais credíveis, esta agência recebeu relatos de abusos generalizados, incluindo execuções sumárias e assassínios arbitrários, raptos, destruição de propriedade privada e pilhagens de casas.

"Os alegados perpetradores incluem membros das forças de segurança e indivíduos afiliados das autoridades provisórias, bem como outros elementos armados na área, incluindo drusos e beduínos", afirmou.

As autoridades sírias negaram já que as tropas regulares estejam a preparar para um novo destacamento em Sweida, na sequência de novos combates entre militantes drusos e beduínos apoiados pelas forças de segurança.

A organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) avançou que mais de 590 pessoas morreram desde o início dos confrontos na semana passada, entre milicianos drusos e beduínos apoiados por tribos árabes e forças de segurança.

A situação levou Israel a bombardear alvos de tropas governamentais em Sweida e até a sede do Ministério da Defesa sírio em Damasco, ameaçando adotar novas medidas para proteger membros da minoria drusa, que também vive em Israel.

As autoridades sírias que derrubaram o regime do ex-presidente Bashar al-Assad em dezembro, lideradas pelo grupo militante islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), prometeram estabilizar a situação.

Leia Também: Damasco acusa combatentes drusos de violarem cessar-fogo em Sweida

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