Ex-ministro moldavo acusado em Paris de fraude com alertas da Interpol

O antigo ministro moldavo da Justiça Vitalie Pirlog, detido a 15 de junho, foi acusado hoje em Paris de ter apagado alertas vermelhos da Interpol relativos a suspeitos e fugitivos, segundo uma fonte próxima do caso.

moldavia bandeira

© Reuters

Lusa
18/07/2025 23:50 ‧ há 8 horas por Lusa

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Interpol

Vitalie Pirlog, antigo presidente da comissão de controlo dos ficheiros da Interpol, foi detido a 15 de junho nos Emirados Árabes Unidos.

 

Hoje, foi extraditado para França e acusado, entre outras coisas, de fraude organizada e de evasão à prisão ou à investigação, adiantou a mesma fonte em declarações à agência de notícias francesa AFP, confirmando uma notícia do Le Monde.

Vitalie Pirlog é acusado de ter ajudado suspeitos da prática de algum crime a obterem o estatuto de requerente de asilo na Moldávia, a fim de beneficiarem da suspensão do alerta vermelho da Interpol, segundo outra fonte próxima do processo.

De acordo com uma destas fontes próximas, que confirmou uma notícia do Le Monde, Pirlog foi acusado de fraude em grupo organizado, utilização de um documento administrativo falso para obter a impunidade do autor de um crime, tráfico de influência passivo por parte de um responsável público estrangeiro, corrupção ativa em grupo organizado como responsável público estrangeiro e evasão à detenção ou busca de um criminoso.

O suspeito pediu um prazo para se apresentar a um juiz em liberdade e sob custódia, que decidirá então se deve ou não ser detido preventivamente.

"A emissão deste mandado de captura é incompreensível porque o próprio Pirlog deu o seu endereço nos Emirados Árabes Unidos, à Procuradoria Nacional das Finanças" e disse "que aguardava a sua convocação para se apresentar para interrogatório, em conformidade com as convenções internacionais", afirmou o seu advogado, Emmanuel Marsigny, em declarações à AFP.

"Pirlog não é certamente alguém que quisesse escapar à justiça, muito pelo contrário", afirmou Marsigny.

A investigação foi lançada a 25 de agosto de 2023 "com base em informações dadas pela Interpol", segundo o Procurador Nacional das Finanças, Jean-François Bohnert, num comunicado de imprensa que revelou o caso em janeiro de 2024.

A própria Interpol declarou que, na sequência da "deteção de uma tentativa de desvio" das suas operações "num pequeno número de casos" para "bloquear e apagar avisos vermelhos", os funcionários da Interpol tinham "tomado medidas internas imediatas" e "denunciado os factos às autoridades" francesas.

No início de 2025, foi aberto um inquérito judicial sobre as suspeitas de corrupção no seio da Interpol, que tem a sua sede em Lyon.

As primeiras investigações conduzidas pelo Organismo Central de Luta contra a Corrupção (OCLCIFF) revelaram que "um grupo de pessoas, de diferentes nacionalidades, [eram] suspeitas de terem montado um esquema de corrupção para permitir aos fugitivos bloquear e apagar os avisos vermelhos que os visavam, através do pagamento de subornos a funcionários públicos, nomeadamente na Moldávia", disse Bohnert.

Os montantes destes subornos podem atingir "vários milhões de dólares", afirmou o procurador financeiro.

Leia Também: Comissão Europeia anuncia novo observatório de combate à desinformação

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