Israel e Síria acordaram cessar-fogo apoiado pelos países-vizinhos

O enviado especial dos Estados Unidos para a Síria, Tom Barrack, anunciou hoje que Israel e Síria acordaram um cessar-fogo apoiado pelos países-vizinhos e apelou a que os grupos sírios envolvidos em violência intercomunitária deponham as armas.

tom barrack

© Reuters

Lusa
19/07/2025 00:06 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Tom Barrack

Apoiados pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o presidente sírio Ahmed al-Charaa "concordaram com um cessar-fogo", afirmou na rede social X o diplomata norte-americano.

 

O cessar-fogo será apoiado pela Turquia, Jordânia e países-vizinhos, adiantou Barrack, embaixador em Ancara e enviado para a Síria.

"Apelamos aos drusos, beduínos e sunitas para que deponham as armas e, juntamente com outras minorias, construam uma nova identidade síria unida, em paz e prosperidade com os seus vizinhos", apelou.

O anúncio de Barrack surgiu numa altura de reacendimento dos confrontos em Sweida, no sul do país, que levou a presidência síria a anunciar o envio uma "força especial" para a região, palco há quase uma semana de violência entre drusos e beduínos sunitas.

"As autoridades competentes estão a trabalhar no envio de uma força especial para pôr fim aos confrontos e resolver o conflito no terreno, paralelamente a medidas políticas e de segurança destinadas a estabilizar a situação e a garantir o regresso à calma" nesta cidade de maioria drusa, referiu a presidência num comunicado.

Segundo a AP, que cita dois funcionários sírios que falaram sob condição de anonimato, a fim de impor estabilidade e proteger as instituições estatais as autoridades negociaram com fações drusas um acordo para regressar à zona, de onde se retiraram na quinta-feira após ser alcançada uma trégua.

As mesmas fontes adiantaram à AP que foi alcançado um acordo para envio da força, mas que a mobilização foi depois adiada, sem dar mais detalhes.

Um dia após as tropas governamentais se retirarem da zona, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) clãs beduínos e grupos da minoria drusa voltaram na sexta-feira a envolver-se em intensos confrontos na província de Sweida.

Os confrontos concentraram-se na periferia ocidental da cidade de Sweida, capital da região homónima, embora também tenham sido registados outros mais esporádicos nas imediações da aldeia de Surah al Kabira, segundo a organização, baseada no estrangeiro mas que mantém uma extensa rede de fontes na Síria.

Por sua vez, a rede de ativistas locais AlSueida24 detetou confrontos em três frentes diferentes no norte, nordeste e oeste da província, bem como a mobilização de novos grupos armados de fora da demarcação administrativa para apoiar o lado beduíno.

Enquanto as autoridades continuam sem fornecer um balanço atualizado das vítimas, o ODSH elevou hoje para 638 o número de mortos nos últimos seis dias de violência, entre os quais afirmou haver 73 civis e 267 membros das forças governamentais.

Também a agência France-Presse (AFP) deu conta de novos confrontos armados na entrada oeste de Sweida.

Cerca de 200 combatentes tribais, com armas automáticas e projéteis, foram vistos pela AFP em troca de tiros com grupos drusos posicionados dentro de Sweida.

Os confrontos começaram no domingo à noite entre combatentes drusos e tribos beduínas locais, antes da intervenção das forças do governo sírio, acusadas de também terem combatido os grupos drusos.

A situação levou Israel, que apoia os drusos, a bombardear alvos de tropas governamentais em Sweida e até a sede do Ministério da Defesa sírio em Damasco, ameaçando adotar novas medidas para proteger membros da minoria drusa.

Hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM) indicou que quase 80.000 pessoas fugiram das suas casas na província de Sweida, na sequência da violência.

As autoridades sírias que derrubaram o regime do ex-presidente Bashar al-Assad em dezembro, lideradas pelo grupo militante islâmico sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), prometeram estabilizar a situação.

[Notícia atualizada às 06h21]

Leia Também: Guerra entre Irão e Israel? "É uma oportunidade" para um "novo caminho"

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