Horst Mahler, cofundador do grupo armado de extrema-esquerda Fração do Exército Vermelho (RAF) e mais tarde ativista neonazi condenado por negar o Holocausto e incitar ao ódio racial, morreu no domingo, em Berlim, aos 89 anos.
A notícia, inicialmente divulgada pelo partido neonazi A Pátria, foi hoje confirmada pelo gabinete do advogado de Mahler, Jan Dollwetzel.
Nascido em 1936 em Haynau (atual Polónia), Mahler estudou Direito na Universidade Livre de Berlim e, mais tarde, defendeu esquerdistas de renome, como o líder estudantil Rudi Dutschke e a caçadora de nazis Beate Klarsfeld.
Participou na fundação da RAF em 1970, com Andreas Baader, Ulrike Meinhof e Gudrun Ensslin. Após um breve período na Jordânia, a receber treino de grupos armados palestinianos, foi preso e condenado por participar em vários assaltos e tentar libertar Baader da prisão.
Enquanto esteve preso, distanciou-se da RAF e, depois de ter sido libertado, em 1980, graças aos esforços do seu advogado - o futuro ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Gerhard Schröder -, Mahler voltou a exercer advocacia.
Na década de 1990, começou a adotar posições conservadoras e nacionalistas, e mais tarde abertamente neonazis e antissemitas.
Durante algum tempo, foi membro do neonazi Partido Nacional Democrático da Alemanha (NPD), que mais tarde se tornou o Partido da Pátria, mas abandonou-o por considerá-lo demasiado moderado.
Desde então, foi repetidamente condenado por incitar ao ódio racial, negar o Holocausto e fazer a saudação nazi.
Em 2017, chegou a fugir para a Hungria para evitar o cumprimento de uma pena e solicitou asilo político no país, mas foi devolvido às autoridades alemãs.
Em liberdade desde 2020, o seu último julgamento aconteceu em 2022, mas foi suspenso devido a problemas de saúde.
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