"Esta semana, a ONU vai acolher em Nova Iorque uma conferência improdutiva e inoportuna sobre a solução de dois Estados. Trata-se de um golpe publicitário que surge no meio de delicados esforços diplomáticos para pôr fim ao conflito", declarou a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, num comunicado.
Não existe "nenhuma alternativa" a uma solução de dois Estados, com Israel e a Palestina a viverem lado a lado em paz e segurança, defendeu hoje a França, um dos países promotores na abertura da conferência de alto nível, que foi boicotada por Telavive e pelos Estados Unidos.
Do ponto de vista de Washington, esta iniciativa está "longe de promover a paz".
"Esta conferência vai prolongar a guerra, encorajar o Hamas, recompensar a sua obstrução e minar os esforços concretos para estabelecer a paz", prosseguiu a porta-voz da diplomacia norte-americana.
"Os Estados Unidos não participarão neste insulto", acrescentou.
Na sexta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já tinha desvalorizado as declarações do seu homólogo francês, Emmanuel Macron, sobre o reconhecimento de um Estado palestiniano, dizendo que tinham pouco peso e que "não vão mudar nada".
A conferência internacional dedicada à solução de dois Estados (Palestina e Israel), organizada pela França e pela Arábia Saudita, teve hoje início na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Na sessão de abertura, o ministro dos Negócios Estrangeiros saudita, Faisal bin Farhan, saudou a decisão do Presidente francês, Emmanuel Macron, de reconhecer o Estado da Palestina em setembro, o que reflete "um consenso internacional crescente sobre o direito do povo palestiniano a estabelecer o seu Estado independente".
Até ao momento, pelo menos 142 dos 193 países-membros da ONU reconhecem o Estado palestiniano, segundo dados da agência noticiosa France-Presse. Entre os 27 da União Europeia, cinco países reconhecem o Estado palestiniano: Espanha, Irlanda, Noruega, Eslovénia e Suécia.
Portugal está representado na reunião de alto nível pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
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