Israel diz que circula foto "falsa" de criança palestiniana. "Em Itália"

O Coordenador das Atividades do Governo nos Territórios (COGAT) - que é um órgão do ministério de Defesa israelita - afirmou, esta segunda-feira, que a imagem que circula nas redes sociais de uma criança palestiniana desnutrida é "falsa" e que o menino, que tem uma doença, está em Itália a receber tratamento desde junho.

Criança palestiniana

© Reprodução X/ COGAT

Notícias ao Minuto
28/07/2025 20:00 ‧ há 8 horas por Notícias ao Minuto

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O Coordenador das Atividades do Governo nos Territórios (COGAT) - que é um órgão do ministério de Defesa israelita - afirmou, esta segunda-feira, que a imagem que circula nas redes sociais de uma criança palestiniana desnutrida é "falsa".

 

"A fotografia de Osama al-Rakab, de 5 anos, tornou-se viral, usada para representar Israel de forma falsa, como sendo responsável pela sua condição", lê-se numa publicação feita na rede social X (antigo Twitter).

E acrescenta: "Factos: Osama sofre de uma grave doença genética não relacionada com a guerra. No dia 12 de junho coordenamos a saída de Osama de Gaza, através do aeroporto de Ramon, acompanhado da sua mãe e irmão".

O órgão do ministério israelita dá ainda conta de que o menino "está a receber tratamento em Itália".

"As imagens trágicas suscitam emoções fortes, mas quando são usadas para alimentar o ódio e as mentiras, fazem mais mal do que bem. Não deixe que a compaixão seja explorada pela propaganda. Verifique os factos antes de se culpar", termina a publicação.

Por sua vez, o ministério dos Negócios Estrangeiros também se pronunciou à cerca da imagem que circula, dizendo que "uma mentira se espalha mais rápido do que a verdade". 

"Um criança doente. Uma foto roubada. Uma mentira espalha-se mais rápido do que a verdade. O seu nome é Osama al-Raqab. Ele tem fibrose cística, uma doença genética grave", lê-se na publicação feita também no X. 

O ministério volta a referir que o menino de 5 anos se encontra em Itália e que está a "receber tratamento desde o dia 12 de junho", acrescentando que "Israel permitiu a sua transferência médica".

"Mas isso não impediu a comunicação social de usar a sua imagem, não para contar a sua história, mas para difamar Israel. Porque quando é Israel, os factos são opcionais. O ódio encontra sempre uma manchete", lê-se.

De recordar que face a um aumento alarmante de mortes por desnutrição na Faixa de Gaza, o exército israelita anunciou, no domingo, uma "pausa tática" diária de 10 horas nas suas atividades militares em três zonas do enclave para permitir a distribuição de ajuda humanitária "todos os dias até novo aviso".

O exército acrescentou que serão estabelecidas "rotas seguras" entre as 06h00 (04h00 em Lisboa) e as 23h00 (21h00 em Lisboa) para permitir o trânsito de comboios da ONU e de organizações humanitárias que distribuem alimentos e medicamentos à população de Gaza.

Esta decisão surge depois de Israel ter anunciado o reinício dos lançamentos aéreos de ajuda humanitária sobre Gaza, onde as mortes por desnutrição dispararam nas últimas semanas.

No sábado, o governo de Gaza alertou que, se nos próximos dias não entrar leite em pó e suplementos nutricionais, mais de 100.000 crianças em Gaza correm o risco de morrer de desnutrição.

Saliente-se que, de acordo com a Médicos Sem Fronteiras (MSF), um quarto das crianças dos seis meses aos cinco anos sofrem de malnutrição, bem como as mulheres grávidas e lactantes examinadas na semana passada nas instalações da organização em Gaza.

A entidade sublinhou que o número de pessoas malnutridas quadruplicou desde 18 de maio, sendo que a taxa de malnutrição grave entre as crianças com menos de cinco anos triplicou nas últimas duas semanas.

"Esta é uma fome deliberada, causada pelas autoridades israelitas no âmbito da campanha genocida em curso. Deixar passar fome, matar e ferir pessoas que procuram desesperadamente ajuda é inaceitável", denunciou.

Na terça-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o exército israelita de matar mais de mil pessoas em busca de ajuda humanitária desde o final de maio, a grande maioria delas perto de centros geridos por esta fundação, que conta também com o apoio dos Estados Unidos.

Aliás, as equipas médicas da MSF e do Ministério da Saúde na Clínica Sheikh Radwan, no norte de Gaza, trataram 122 pessoas com ferimentos de bala enquanto aguardavam a distribuição de farinha, e 46 já estavam mortas à chegada, a 20 de julho.

Os níveis de subnutrição em Gaza agravaram-se em março com o encerramento total dos pontos de acesso, durante o qual não foi permitida a entrada de alimentos, medicamentos e combustível.

Israel acusa o Hamas de se apropriar da ajuda humanitária que entrava no território através de agências da ONU para seu uso e venda à população. Acusa ainda a ONU de ser conivente com o movimento islamita palestiniano, designado terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia, e diversos países.

Embora Israel tenha reaberto parcialmente as travessias no final de maio, o fluxo de ajuda continua a ser muito limitado e a sua distribuição em Gaza mantém-se de alto risco.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou na quinta-feira que registou 59.587 mortos e 143.498 feridos. Nessa contagem incluem-se pelo menos 115 mortos por fome ou desnutrição desde o início da ofensiva israelita, em outubro de 2023.

Leia Também: Fome mata 14 pessoas em Gaza nas últimas 24 horas

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