Exército britânico paga companhia aérea privada para informações a Israel

O Exército britânico subcontratou uma companhia aérea privada norte-americana para sobrevoar Gaza, para continuar a fornecer informações a Israel, devido à falta de aviões da Royal Air Force disponíveis, revelou hoje o diário The Times.

Exército israelita junto à Faixa de Gaza

© THOMAS COEX/AFP via Getty Images

Lusa
07/08/2025 19:19 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O governo britânico admitiu ter nos últimos meses efetuado missões de vigilância aérea e de informação sobre a Faixa de Gaza "com o único objetivo de ajudar a resgatar os reféns", sequestrados pelo movimento islamita palestiniano Hamas durante o ataque sem precedentes que realizou em território israelita a 07 de outubro de 2023.

 

Segundo o The Times, que cita fontes anónimas do Ministério da Defesa do Reino Unido, o avião de espionagem Shadow R1, da Royal Air Force (RAF), já não está disponível, e o Exército contrata agora os serviços da companhia aérea privada norte-americana Straight Flight Nevada para missões dos serviços secretos.

Um desses voos foi detetado a 28 de julho numa aplicação que permite acompanhar o tráfego aéreo e, segundo um especialista citado pelo jornal, o seu primeiro voo a partir da base militar cipriota britânica de Akrotiri data de 20 de julho.

Contactado pela agência de notícias francesa AFP, o Ministério da Defesa britânico confirmou hoje a existência de voos de vigilância sobre o território palestiniano, mas com o propósito único de localizar os reféns ainda mantidos em cativeiro pelo Hamas, e sem precisar como são realizados.

Das 251 pessoas sequestradas a 07 de outubro de 2023 pelo Hamas e seus aliados, restam 49 reféns na Faixa de Gaza, 27 dos quais declarados mortos pelo Exército israelita.

De acordo com o diário The Times, o recurso a uma companhia privada norte-americana desagrada ao Exército britânico.

A deputada britânica Helen Macguire, responsável pelas questões de Defesa do centrista Partido Liberal Democrata, declarou na rede social X que tal solução "levanta preocupações" sobre as capacidades de recolha de informação do Exército.

Macguire apelou também ao governo trabalhista para que "clarifique as medidas tomadas para garantir que Israel não pode usar as informações fornecidas pelo Reino Unido para levar a cabo as suas operações militares em Gaza".

Questionado em março no parlamento sobre os voos operados pela RAF, o ministro das Forças Armadas, Luke Pollard, garantiu que "apenas as informações relacionadas com o resgate de reféns podem ser transmitidas".

E isso "se estivermos convencidos de que serão utilizadas em conformidade com o Direito Internacional Humanitário", sublinhou, quando vários deputados se mostraram preocupados com as potenciais repercussões legais se tais informações fossem utilizadas por Israel para cometer atos contrários ao Direito Internacional.

Leia Também: Chefe do Exército israelita garante que se exprimirá livremente

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