"Nosso corpo é território. Nosso território é sagrado. Seguiremos organizadas, mobilizadas e em luta por justiça, bem viver e pela continuidade da vida no planeta", frisou a Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade, em comunicado.
Simultaneamente à IV Marcha das Mulheres Indígenas, decorre até sexta-feira a 1.ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, com eventos que reúnem povos originários de várias partes do Brasil para promover a igualdade de género, a defesa dos direitos e a preservação das culturas indígenas.
Além disso, o documento pede o combate à violência obstétrica e a valorização das práticas tradicionais de parto, com o reconhecimento oficial de parteiras e outras especialistas indígenas como profissionais de saúde.
Por outro lado, e apesar de o Governo ter homologado três novas reservas de povos originários na quarta-feira, as manifestantes exigiram que se avançasse mais rapidamente na demarcação das terras para melhorar a segurança.
Foram reconhecidas as Terras Indígenas Pitaguary, Lagoa Encantada e Tremembé de Queimadas, no estado do Ceará.
Com o anúncio, são 16 territórios indígenas homologados desde que Lula da Silva tomou posse em 01 de janeiro de 2023.
A marcha também foi marcada por críticas a um projeto de lei que enfraquece as exigências para licenças ambientais de obras e que, segundo os povos indígenas e ambientalistas, representa um grave retrocesso nos esforços de combate à desflorestação e às alterações climáticas.
Aprovado no mês passado no Congresso com o apoio do setor agrícola, as manifestantes pediram ao presidente brasileiro, Lula da Silva que vetasse o projeto de lei.
De acordo com os últimos censos brasileiros vivem no país quase 1,7 milhão de indígenas, que ocupam cerca de 14% do território nacional.
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