Donald Trump quer encontro entre Putin e Zelensky após cimeira no Alasca

O Presidente norte-americano, Donald Trump, revelou hoje que deseja organizar um encontro entre os homólogos russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, após a cimeira prevista para sexta-feira no Alasca com o líder do Kremlin.

US President Donald Trump addresses the media at the White House

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Lusa
11/08/2025 17:54 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

Em conferência de imprensa na Casa Branca, Trump indicou que espera uma reunião construtiva com Putin, ao mesmo tempo que expressou desagrado com a recusa de Zelensky em ceder território à Rússia como parte de um acordo que ponha fim ao conflito.

 

"Vou falar com Vladimir Putin e dizer-lhe: 'Precisas de acabar com esta guerra'", declarou o líder norte-americano, acrescentando que pensa que o encontro "vai correr bem, mas pode correr mal" e que gostaria de obter "um cessar-fogo muito, muito rápido".

Após a reunião de sexta-feira, Donald Trump disse que pretende contactar Volodymyr Zelensky e outros líderes europeus e juntar os líderes da Ucrânia e da Rússia na mesma sala.

"O próximo encontro será com Zelensky e Putin, ou Zelensky, Putin e eu. Estarei lá se precisarem de mim", afirmou.

Nas suas declarações de hoje, o Presidente norte-americano insistiu que o acordo em preparação para o conflito na Ucrânia envolve cedências de território, apesar das objeções colocadas pelo homólogo ucraniano e pelas limitações constitucionais no seu país.

"Quer dizer, ele obteve permissão para entrar em guerra e matar toda a gente. Mas precisa de permissão para fazer uma troca de território?", questionou Trump, advertindo: "Porque haverá trocas de território".

Do mesmo modo, o líder da Casa Branca afirmou que pretende devoluções à Ucrânia de território ocupado pela Rússia desde o início da invasão, em fevereiro de 2022, o que também tem merecido a recusa do Kremlin.

"Vamos mudar as linhas, as linhas de batalha. A Rússia ocupou grande parte da Ucrânia. Ocupou alguns territórios muito importantes. Vamos tentar recuperar parte desse território para a Ucrânia", referiu.

Anteriormente, Trump já tinha defendido uma "troca mutuamente benéfica de territórios" para alcançar um acordo de paz.

A este respeito, embora não tenha fornecido muitos detalhes, comentou hoje que as forças russas tomaram alguns pontos-chave que Kyiv precisa recuperar, como a fronteira marítima entre os dois países.

"Muitas pessoas não sabem que a Ucrânia tinha 1.600 quilómetros de mar que desapareceram, exceto uma pequena área, Odessa. Só lhes resta um pouco de água. Por isso, vou rever os parâmetros", indicou.

Uma das exigências de Putin para a paz é o reconhecimento, por parte de Kyiv e pela comunidade internacional, dos territórios parcialmente ocupados de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson, bem como da península da Crimeia, anexada desde 2014.

Volodymyr Zelensky, por seu lado, rejeita a ideia de que um acordo com a Rússia implique uma transferência, pelo menos formal, destes territórios ocupados e reconhecidos internacionalmente como parte da Ucrânia.

"Os ucranianos não cederão os seus territórios ao ocupante", argumentou ao longo de várias publicações na rede social X nos últimos dias, nas quais alertou que a paz deve ser "real e, acima de tudo, duradoura" e que quaisquer decisões tomadas sem a participação de Kyiv "nascem mortas".

O Presidente norte-americano, que se envolveu pessoalmente na tentativa de um acordo de paz desde que iniciou o seu segundo mandato na Casa Branca, em janeiro passado, depois de ter prometido resolver o conflito em 24 horas, admitiu hoje que pode desligar-se dos seus esforços diplomáticos se não houver resultados.

"Talvez diga 'boa sorte, continuem a lutar'. Ou talvez diga 'Podemos chegar a um acordo'", observou.

Trump recordou que ficou dececionado com Vladimir Putin, devido à intensificação recente dos bombardeamentos nas principais cidades ucranianas, mas absteve-se hoje de repetir as críticas contundentes que lhe dirigiu desde então.

Segundo a agência France-Presse (AFP), por duas vezes, num deslize de linguagem, o Presidente norte-americano disse que iria para a "Rússia" na sexta-feira, e não para o Alasca, o vasto estado do noroeste dos Estados Unidos comprado aos russos no século XIX.

O último encontro entre um Presidente norte-americano e um homólogo russo teve lugar em Genebra, Suíça, juntando o democrata Joe Biden e Putin em junho de 2021, menos de um ano antes da invasão da Ucrânia.

Antes da cimeira dos líderes russo e norte-americano, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reuniram-se hoje de urgência para concertarem posições.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, convidou pelo seu lado os Presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, o secretário-geral da NATO e vários líderes europeus para uma reunião virtual na quarta-feira.

Segundo Berlim, as negociações deverão focar-se "noutras opções de ação para pressionar a Rússia", bem como em "preparações para possíveis negociações de paz e questões relacionadas a reivindicações territoriais e segurança".

[Notícia atualizada às 19h02]

Leia Também: Encontro entre Trump e Putin deverá acontecer "nos próximos dias"

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