Autoridades colombianas prometem esclarecer e punir crime contra Uribe

Altas autoridades colombianas lamentaram hoje a morte do senador e pré-candidato presidencial Miguel Uribe Turbay, ocorrida hoje de madrugada, e reiteraram o compromisso de esclarecer o crime perpetrado a 07 de junho.

Miguel Uribe Turbay, Colômbia, Ataque,

© REUTERS/Luisa Gonzalez

Lusa
11/08/2025 21:40 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Miguel Uribe Turbay

A Procuradoria-Geral anunciou que o caso será classificado como "magnicídio", homicídio de uma pessoa de grande relevância política ou social, e que pedirá uma nova audiência de acusação contra os detidos, a quem imputará homicídio agravado, crime que implica penas mais severas.

 

Uribe Turbay, senador pelo partido de direita Centro Democrático, sofreu dois disparos na cabeça e um na perna esquerda durante um comício político em Bogotá.

Pelas lesões sofridas, permaneceu 64 dias internado na Fundação Santa Fé, onde morreu hoje às 01h56 locais (07h56 hora de Lisboa), depois de o seu estado se ter agravado no sábado devido a uma hemorragia no sistema nervoso central.

A procuradora-geral, Luz Adriana Camargo, afirmou que "o autor material e os que participaram na preparação e planeamento do magnicídio já respondem perante a justiça" e que continua a investigação para identificar os mandantes, "sem descartar nenhuma hipótese", referindo-se a suspeitas levantadas pela polícia de que a guerrilha Segunda Marquetalia, dissidência das antigas FARC, possa estar por trás do atentado.

Entre os seis detidos estão o autor material do crime, um adolescente de 15 anos detido no local com a arma usada no ataque, e Elder José Arteaga Hernández, conhecido como "el Costeño", apontado como coordenador do atentado.

"Neste dia de profunda tristeza, reafirmamos o nosso compromisso de capturar todos os responsáveis por este magnicídio que enluta a Colômbia", escreveu o diretor da polícia colombiana, general Carlos Fernando Triana, na rede social X.

O ministro da Defesa, Pedro Sánchez Suárez, sublinhou, por sua vez, que "os violentos não intimidarão nem silenciarão as vozes políticas que a democracia requer".

"As nossas instituições continuarão a trabalhar arduamente para identificar e levar à justiça todos os responsáveis por este atentado e não permitiremos que os violentos intimidem ou silenciem as vozes políticas de que a nossa democracia necessita", acrescentou.

A presidência colombiana também apresentou "as mais sinceras condolências" à família do político de 39 anos através do seu canal oficial na rede social X, com o Presidente, Gustavo Petro, de quem Uribe Turbay era um crítico acérrimo no Senado, a considerar tratar-se de "uma derrota" para o país.

"Por isso estamos tristes; a morte de Miguel dói-nos, como se fosse um dos nossos. É uma derrota. Cada vez que um colombiano é assassinado, é uma derrota para a Colômbia e para a vida. Por isso, só nos resta lamentar e seguir em frente", disse Petro numa publicação na rede social X.

O Presidente enfatizou que "a vida está acima de qualquer ideologia" e lamentou que "num governo progressista e amante da vida", tenha havido "um atentado com final trágico contra um senador da oposição".

A vice-presidente, Francia Márquez, primeira membro do executivo a reagir à morte do político, apelou à unidade nacional contra a violência: "A democracia não se constrói com balas nem com sangue, constrói-se com respeito, diálogo e reconhecimento das diferenças".

O procurador-geral do país, Gregorio Eljach, lamentou o assassínio e sublinhou que ocorreu em circunstâncias "repudiáveis" que devem ser esclarecidas "no mais curto espaço de tempo, para o bem da Colômbia e do seu processo democrático".

Eljach apelou ainda a "deixar de lado a conflitualidade e a polarização" e a criar espaços de diálogo que aproximem o país da paz e da reconciliação, reafirmando o compromisso da Procuradoria (Ministério Público) com a Constituição e a democracia.

Entretanto, a Câmara Municipal de Bogotá decretou hoje três dias de luto em homenagem a Uribe Turbay, 

"Como cidadão, vereador e secretário do Governo, Miguel serviu a cidade e trabalhou por uma Bogotá melhor", escreveu na rede social X o presidente da câmara, Carlos Fernando Galán, filho de Luis Carlos Galán, também assassinado quando participava num ato de campanha para as eleições presidenciais de 1990.

Uribe Turbay é neto do antigo presidente liberal Julio César Turbay e filho da jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991 após seis meses de cativeiro pelo cartel de Medellín. 

Leia Também: Juiz critica Estado da Colômbia por ataque contra Miguel Uribe

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