"Em tão pouco tempo, por volta de mais ou menos duas horas e meia de chuva, muita trovoada, muita chuva. Neste momento, há sete mortes confirmadas", afirmou, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV).
O governante alertou que o número de mortos pode aumentar, pois ainda há pessoas desaparecidas.
"A Câmara Municipal e o Governo têm de fazer o levantamento. Pode levar alguns dias. O primeiro passo é tentar localizar as pessoas desaparecidas e pôr todas a salvo, mas onde for necessário, faremos as intervenções", acrescentou.
O presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Domingos Tavares, confirmou que as chuvas causaram graves danos em infraestruturas públicas, habitações e viaturas, além das vítimas mortais.
A administradora do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), Ester Araújo de Brito, explicou que uma onda de leste, inicialmente prevista como pacífica, intensificou-se ao passar sobre as ilhas ocidentais, incluindo São Vicente, Santo Antão e São Nicolau, provocando precipitação intensa e trovoadas.
Em São Vicente, entre as 03:00 e as 04:00 (05:00 e 06:00 em Lisboa), registaram-se cerca de 163 milímetros de chuva.
"Embora a previsão tenha antecipado chuva e trovoadas, não foi emitido alerta devido à aparente tranquilidade inicial do sistema", explicou Ester Araújo de Brito, destacando as dificuldades em prever a intensidade e quantidade da chuva sem radares, recorrendo apenas a imagens de satélite.
A responsável alertou ainda para o agravamento do estado do mar, com ondulação do sul entre 2 e 3,5 metros, recomendando atenção redobrada nas zonas costeiras do sul, especialmente nas ilhas mais meridionais.
Leia Também: Oposição em Cabo Verde exigem resgate da concessão da CV Interilhas