O comunicado final saído da reunião extraordinária do Conselho da República, convocada pelo Presidente angolano, João Lourenço, com o ponto único sobre a situação de segurança pública em Angola, apela ainda os cidadãos a respeitarem as autoridades, evitando "a disseminação de desinformação nas plataformas digitais" para se salvaguardar o bem-estar de todos.
A reunião extraordinária visou analisar os eventos ocorridos entre 28 de julho e 01 de agosto nas províncias de Luanda, Huíla, Malanje, Benguela, Cuango, Icolo e Bengo e Bengo, marcados "por atos de vandalismo, arruaça, insurgência contra as forças da ordem e segurança, bem como pilhagem de estabelecimentos públicos e privados".
No documento sublinha-se que os membros deste órgão de consulta do Presidente da República foram informados que a situação de segurança pública no país é estável e que os serviços temporariamente interrompidos, devido aos atos de vandalismo, "já se encontram em pleno funcionamento, apesar de ainda se verificar a persistência de desinformação e da incitação disfarçada à violência a nível das redes sociais, cenário que tende a instaurar o pânico e sentimento de insegurança no seio da população".
"O Conselho da República encoraja os órgãos de defesa e segurança a prosseguirem com as medidas de garantia da ordem, tranquilidade e segurança públicas e a manutenção da paz social", finaliza-se no comunicado.
Integram o Conselho da República a Vice-Presidente da República, a presidente da Assembleia Nacional, o Procurador-Geral da República, líderes dos partidos políticos com assento parlamentar, a vice-presidente do MPLA, partido no poder, e individualidades da sociedade civil.
Angola registou na última semana atos de vandalismo, violência e pilhagem, na sequência de uma paralisação convocada por taxistas, em protesto face à subida do preço dos combustíveis e consequentemente das tarifas dos transportes públicos.
Esta manhã, o porta-voz da Polícia Nacional de Angola, Mateus Rodrigues, no informe sobre o ponto da situação de segurança pública do país, garantiu que a mesma se mantém estável, com o normal funcionamento das instituições e a livre circulação de pessoas e bens.
Segundo Mateus Rodrigues, particularmente em Luanda, capital de Angola, "a situação é igualmente calma, circula-se com bastante normalidade e a presença dos táxis e transportes públicos é visível".
"A Polícia Nacional de Angola reitera que não há razões para preocupações e assegura que está empenhada em garantir a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos, respeitando os direitos, liberdades e garantias consagrados na Constituição da República de Angola", referiu Mateus Rodrigues.
O porta-voz da Polícia Nacional de Angola exortou os cidadãos a terem atenção a falsos alarmes, sobretudo nas redes sociais e plataformas digitais, cujo objetivo é a desinformação e a criação do sentimento de medo e de insegurança no seio das comunidades, alertou.
Durante os tumultos, segundo dados da Polícia Nacional foram registadas 30 mortes, mais de 200 feridos e mais de 1.500 detenções.
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