Na província de Kivu do Norte, mais de dois milhões de pessoas conseguiram regressar às suas aldeias, enquanto mais de 600.000 conseguiram fazê-lo em Kivu do Sul.
Os dados do OCHA também mostram que o número de pessoas deslocadas internamente no país caiu de 6,9 milhões em 2024 para 5,9 milhões este ano.
Apesar deste regresso, a situação humanitária na RDCongo continua complexa e as pessoas que voltam a casa frequentemente enfrentam condições difíceis.
No Kivu do Norte, algumas pessoas não tiveram outra escolha a não ser voltar para casa depois dos campos de deslocados terem sido desmantelados em Goma e Nyiragongo no início deste ano.
O país ainda enfrenta surtos de cólera, sarampo e varíola, e mais de 27 milhões de pessoas são afetadas pela insegurança alimentar, com 4,5 milhões de crianças a sofrerem de desnutrição aguda, segundo os dados.
O Governo congolês e o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), apoiados por Ruanda, assinaram um acordo de cessar-fogo em meados de julho.
Os recentes ataques do M23 contra civis ameaçam a integridade do processo de paz.
Os rebeldes mataram pelo menos 319 civis entre 09 e 21 de julho em quatro aldeias no território de Rutshuru, de acordo com gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk.
Türk apelou, mais uma vez, a "todas as partes nos conflitos no leste da RDCongo para que protejam os civis de danos e cumpram todas as suas obrigações sob o direito internacional humanitário e o direito internacional dos direitos humanos".
O conflito do M23 intensificou-se no final de janeiro, quando os rebeldes tomaram a estratégica cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, após retomarem a atividade armada em novembro de 2021.
O leste da RDCongo está mergulhado desde 1998 num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão da ONU no país.
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