"Até agora, o número total de baixas inimigas ultrapassou os 254 mortos, 16 veículos de combate foram queimados e dois tanques foram capturados", disseram as Forças Armadas Sudanesas num comunicado.
De acordo com o comunicado, membros do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) juntamente com grupos mercenários - alguns deles da Colômbia - atacaram Al-Fashir de três direções com cerca de 543 veículos de combate, que estavam preparados "há várias semanas" no campo de deslocados de Zamzam.
Este campo, um dos maiores do Sudão, foi capturado em abril pelas RSF e, de acordo com o exército sudanês, foi convertido num quartel militar após os rebeldes expulsarem os habitantes para abrigar as tropas e mercenários.
Segundo o exército, os paramilitares "lançaram os mercenários ao ataque com intenso fogo de artilharia" e afirmaram que os combatentes que lideravam a ofensiva pertenciam a grupos armados afiliados aos políticos Hadi Edris e Al Taher Hayar, que são associados às RSF.
As Forças Conjuntas Sudanesas - a aliança do exército de Darfur e grupos armados locais que lutam contra as RSF em Al-Fashir - denunciaram que os Emirados Árabes Unidos (EAU) "patrocinam e fornecem armas e equipamentos" aos paramilitares e mercenários.
"A cidade permanecerá inexpugnável e os cidadãos vão defendê-la até o último suspiro", declararam as Forças Armadas Sudanesas no comunicado.
Depois de perder o controlo da capital, Cartum, em março, as RSF reforçaram as frentes no oeste e sul do Sudão, principais redutos dos paramilitares no país africano.
Também intensificaram o cerco de Al-Fashir desde a tomada de Zamzam, com o objetivo de capturar a única cidade controlada por tropas regulares em todo Darfur, embora o exército esteja a resistir ao ataque com o apoio da força aérea e de grupos armados aliados.
A guerra no Sudão começou a 15 de abril de 2023 e, desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram e outros 13 milhões foram forçados a fugir das suas casas, tornando o país palco da pior crise humanitária do planeta, segundo as Nações Unidas.
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