A Jordânia e os Estados Unidos anunciaram que "concordaram em aceder ao pedido de Damasco para criar um grupo de trabalho trilateral" para "apoiar os esforços do governo sírio para consolidar o cessar-fogo" em Sweida e "resolver a crise" nesta região de maioria drusa no sul da Síria, de acordo com um comunicado emitido no final de uma reunião em Amã.
As partes concordaram em realizar outra reunião nas próximas semanas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, Assaad al-Shaibani, discutiu com o homólogo jordano, Ayman Safadi, e o enviado dos EUA para a Síria, Tom Barrack, "formas de reforçar a cooperação" entre os três países, para "trabalhar pela soberania e segurança regional da Síria", divulgou a diplomacia do país do Médio Oriente.
Al-Shaibani descreveu a reunião como "construtiva e transparente" e reafirmou o compromisso das autoridades sírias "em responsabilizar qualquer pessoa que tenha cometido violência".
"O nosso povo druso é parte integrante da Síria", acrescentou na rede social X.
Uma reunião anterior já tinha decorrido em Amã, em 19 de julho, após os confrontos mortais ocorridos nesse mês na província de Sweida.
A violência entre combatentes drusos e beduínos sunitas levou à intervenção das forças governamentais e dos combatentes tribais, bem como do exército israelita, que realizou ataques em apoio dos drusos.
Um cessar-fogo pôs fim a uma semana de violência que fez 1.400 mortos, de acordo com a organização não-governamental (ONG) Observatório Sírio para os Direitos Humanos, mas a situação mantém-se tensa desde então.
As minorias sírias têm manifestado receios desde a queda, em dezembro, do ex-presidente Bashar al-Assad, que se apresentava como o protetor das minorias, deposto por uma coligação de grupos islamistas.
Embora as novas autoridades tenham afirmado o compromisso com a proteção de todos os grupos étnicos e religiosos, o massacre de mais de 1.700 civis, a maioria da comunidade alauita do ex-presidente, e a violência em Sweida reacenderam as dúvidas sobre a capacidade de gerir as tensões sectárias.
O rei Abdullah II da Jordânia reuniu-se hoje, em separado, com Al-Shaibani e o enviado norte-americano e manifestou o "apoio aos esforços da Síria" para preservar a estabilidade, de acordo com um comunicado do Palácio Real jordano.
O monarca destacou, na mesma nota, "a importância do papel de Washington" no apoio à reconstrução da Síria.
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