As autoridades ucranianas "esperam chegar a uma posição em que, a curto prazo, haja, na falta de melhor termo, garantias de segurança" que atendam aos receios de outra invasão russa no futuro, disse Kellogg a propósito das conversações promovidas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
"É um trabalho em progresso", disse o enviado da Casa branca sobre as potenciais garantias de segurança, após participar no Pequeno-Almoço Nacional de Oração, um evento anual realizado na Ucrânia, que junta líderes religiosos, políticos, militares, familiares de combatentes, empresários e diplomatas.
Há uma semana, Donald Trump indicou que tinha iniciado os preparativos para conversações diretas de paz entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas Moscovo já sinalizou que esta cimeira não acontecerá tão cedo.
O líder norte-americano afirmou também, na sexta-feira, que espera decidir os próximos passos sobre o tema Ucrânia dentro de duas semanas, caso não sejam agendadas negociações diretas.
A presença de uma série de visitantes de alto nível nos últimos dias em Kiev, onde se assinalou no domingo o Dia da Independência da Ucrânia, reflete as preocupações em torno dos esforços de paz liderados por Washington.
O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, visitou a capital ucraniana no domingo e reuniu-se com Zelensky, a quem prometeu dois mil milhões de dólares canadianos (1,2 mil milhões de euros) em ajuda.
Também o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, esteve na sexta-feira em Kiev, onde hoje chegou o ministro das Finanças alemão, Lars Klingbeil, para discutir "como pode a Alemanha apoiar a Ucrânia num possível processo de paz".
Klingbeil, também vice-chanceler alemão, transmitiu a Zelensky que os aliados de Kiev precisam "falar sobre o que vai acontecer se o Presidente Putin não ceder, se quiser continuar a guerra", referindo-se à posição inamovível do Kremlin, como as suas exigências territoriais na Ucrânia ou recusa da presença de países da NATO como garantias de segurança.
A Alemanha continuará a apoiar a Ucrânia, assegurou, partilhando a mesma posição já expressada pelo primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, que anunciou o prolongamento da ajuda do seu país até ao próximo ano.
Store, cujo país faz fronteira com a Rússia, argumentou numa conferência de imprensa conjunta com Zelensky que a Ucrânia está a "defender um princípio crítico a nível europeu" ao recusar aceitar a conquista de território pela força.
A Noruega prometeu no domingo o equivalente a cerca de 600 milhões de euros para financiar sistemas de defesa aérea para a Ucrânia.
Em conjunto, Oslo e Berlim estão a suportar dois sistemas antimíssil Patriot de fabrico norte-americano, com a parte norueguesa a contribuir também para aquisição de radares de defesa aérea.
Segundo o Kremlin, Vladimir Putin falou hoje por telefone com o Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian,.
A Rússia e o Irão têm relações próximas e Putin também pretende aprofundar laços com a China, a Índia e a Coreia do Norte, como contrapeso ao apoio dos países ocidentais à Ucrânia no conflito.
Putin e Pezeshkian deverão reunir-se na próxima semana, quando a China acolher a cimeira anual da Organização de Cooperação de Xangai, em Tianjin.
Em simultâneo, os ataques mútuos prosseguem. A Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou 104 drones de ataque e isco durante a última noite, visando o norte e o leste do país, sem relatos ainda de danos ou vítimas.
A Ucrânia continuou com ataques de drones de longo alcance contra a Rússia, atingindo refinarias de petróleo, depósitos de armas e centros de transporte, além de provocar interrupções nos voos comerciais durante o período de férias de verão.
No domingo, um avião egípcio que transportava turistas russos de Sharm El Sheikh para São Petersburgo foi desviado para Tallinn quando o aeroporto internacional de destino foi temporariamente encerrado devido a um ataque de drones, informou o jornal estónio Postimees.
O Ministério da Defesa russo registou a interceção de 23 drones ucranianos durante a noite e na manhã de hoje em sete regiões russas, tanto na fronteira com a Ucrânia como junto dela, e em regiões mais distantes do país.
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