Os países apresentaram uma resolução em que exigem responsabilização e ação penal ao abrigo do direito internacional numa reunião extraordinária realizada na cidade saudita de Jeddah, numa sessão em que o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, considerou "insuficiente" a "mera solidariedade com os palestinianos".
"Todos os crimes cometidos por Israel (...) a limpeza étnica, o bloqueio ilegal de Gaza, o uso da fome como arma de guerra e outras políticas coloniais de colonização (...) e as tentativas de anexar terras palestinianas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, constituem crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio que exigem responsabilização e acusação ao abrigo do direito penal internacional", afirmou.
Os diplomatas instaram o Conselho de Segurança da ONU a realizar uma sessão especial sobre a "agressão israelita contra o povo palestiniano" durante as reuniões da Assembleia Geral da ONU em setembro e mandataram as delegações dos Estados membros do Conselho para coordenar com o Estado da Palestina esta questão.
Na resolução de 38 pontos, os países da OCI apelam a "todos os Estados para que adotem meios legais e eficazes para impedir Israel de continuar os seus crimes contra o povo palestiniano, nomeadamente apoiando os esforços para pôr termo à sua impunidade (...), para impor sanções, para suspender o fornecimento, a transferência ou o trânsito de armas, munições e material militar", bem como para "rever as relações diplomáticas e económicas" com Israel.
Os participantes apelaram ainda aos 57 países para que "continuem a examinar a compatibilidade da adesão de Israel à Carta das Nações Unidas, dada a clara violação" e o "repetido incumprimento das resoluções da ONU", e para que "coordenem ações para suspender" a adesão de Israel.
Exigiram ainda que Israel "assuma toda a responsabilidade pelos crimes de genocídio, pela catástrofe humanitária sem precedentes e pela fome que assola" o enclave palestiniano, apoiando simultaneamente os esforços do Qatar, do Egito e dos Estados Unidos para conseguir um cessar-fogo.
Condenaram também a "intransigência contínua" de Israel e a "recusa em responder às tentativas dos mediadores para chegar a um cessar-fogo".
O Hamas aceitou a última proposta dos mediadores, um plano que estipula uma pausa de 60 dias durante a qual o movimento libertar 10 reféns vivos e 18 cadáveres israelitas em troca de um certo número de prisioneiros palestinianos, entre outros pontos.
Durante esse período, o Hamas suspenderá as atividades militares e Israel retirará as tropas da Faixa de Gaza para permitir a entrada e a distribuição de ajuda aos civis, enquanto se negocia um acordo global para pôr fim à guerra.
Entre outros pontos, os países da OCI sublinharam "a necessidade" de o Governo do Estado da Palestina "assumir plenamente as responsabilidades de governação e segurança em todo o Território Palestiniano Ocupado".
Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do Hamas em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
De acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestiniano, a ofensiva lançada por Israel em Gaza já fez cerca de 62.700 mortos.
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