Hezbollah insiste que não vai entregar armas e pede diálogo com Governo

O líder do Hezbollah, Naim Qassem, reiterou hoje a recusa do grupo xiita libanês em entregar as suas armas quando o Líbano continua a ser atacado por Israel e pediu ao Governo diálogo para restaurar a "soberania nacional".

Ashura Day celebrations in Lebanon

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Lusa
25/08/2025 18:48 ‧ há 1 hora por Lusa

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"Não deporemos as armas que nos protegem do inimigo e não permitiremos que Israel circule livremente pelo nosso país (...) Temos muitos apoiantes, mais de metade da população libanesa, e todos estão a trabalhar em conjunto para proteger as armas", declarou o clérigo xiita num discurso televisivo.

 

O Conselho de Ministros libanês encarregou no início do mês o Exército de preparar um roteiro para o desarmamento do movimento xiita, a implementar antes do final do ano, e dois dias depois aprovou os objetivos de um plano proposto pelos Estados Unidos com foco no mesmo objetivo.

Qassem voltou a considerar esta decisão como um erro e argumentou que responde aos ditames de Israel e dos Estados Unidos, cujo enviado especial, Thomas Barrack, chegará a Beirute na noite de hoje para continuar a sua mediação sobre o roteiro para o desarmamento das milícias existentes no país, incluindo o Hezbollah.

"A alternativa à resistência é a capitulação e, com isso, deixará de ser uma barreira inexpugnável contra Israel, impedindo de atingir os seus objetivos", insistiu o secretário-geral do grupo apoiado pelo Irão.

Qassem apelou ao Governo para convocar uma série de sessões intensivas de diálogo para determinar a forma de restaurar a "soberania nacional" através da diplomacia, da elaboração de uma estratégia de defesa e do reforço do Exército.

O líder do grupo político armado, que conta com dois ministros no atual Governo, considerou que o poder executivo tem a responsabilidade de desenvolver um plano para a soberania libanesa e que, sem ele, o país, atingido por uma sucessão de crises nos últimos anos, não alcançará a estabilidade nem o seu renascimento.

"Apelo aos partidos políticos e intelectuais para que apoiem o Governo com as suas propostas de restauração da soberania nacional por todos os meios", disse ainda o líder do Hezbollah, um grupo que é acusado de se comportar como um estado paralelo, através da sua ação política, militar e também social.

O grupo radical xiita rejeitou reiteradamente as medidas de desarmamento aprovadas nas últimas semanas pelo Conselho de Ministros e afirmou que as ignorará, considerando que servem os interesses de Israel, numa altura em que as forças do país vizinho continuam a atacar alvos alegadamente do Hezbollah quase diariamente.

Além disso, as tropas israelitas continuam a ocupar cinco áreas no sul do Líbano, violando o cessar-fogo acordado que vigora desde novembro passado.

De acordo com os meios de comunicação locais, Barrack chegará ao Líbano depois de ter procurado algumas concessões dos israelitas em resposta às medidas tomadas pelo Governo libanês de desarmamento do Hezbollah, que podem incluir uma cessação temporária dos ataques e a sua retirada de uma das áreas ocupadas.

Após quase um ano de troca de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou uma forte campanha aérea no verão do ano passado, que decapitou a direção do movimento xiita, incluindo o seu líder histórico, Hassan Nasrallah, e vários outros altos membros da sua hierarquia política e militar.

Desde o cessar-fogo, o Estado libanês tem procurado concentrar todo o armamento do país nas mãos das forças de segurança oficiais.

Os bombardeamentos israelitas continuam no entanto a visar posições e alvos alegadamente do Hezbollah e Israel ameaça voltar a intensificar as suas operações militares caso o movimento não se desarme.

Leia Também: Israel admite retirar tropas do sul do Líbano se Hezbollah for desarmado

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