A luta com a Associação Nacional de Municípios por melhores condições nas salas de aula já tem alguns meses sem resposta, refere, e por isso, o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU), pede agora a intervenção urgente do Ministério da Educação.
O SPLIU denunciou hoje as condições em que muitos alunos fizeram o exame de Matemática do 12.º ano nesta segunda-feira, dia em que se registaram temperaturas acima dos 40º centígrados, sobretudo nos concelhos do interior: Às 9h30, quando se iniciaram as provas, já havia várias localidades onde os termómetros ultrapassavam os 30º, alertou.
Logo pela manhã, "o calor sentido nas salas de aula, deveria rondar os 35º centígrados, condições objetivamente desadequadas à realização de um exame que exige extrema concentração e empenho", critica o sindicato em comunicado enviado para as redações.
O SPLIU diz que em finais de maio alertou a presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) para a falta de condições, em especial no interior do país, pela "evidente ausência de investimento na climatização das salas de aula, colocando-se em causa as aprendizagens e os resultados escolares num momento crucial em que se realizam as avaliações sumativas".
Sem resposta da ANMP, os professores pedem agora ajuda ao ministro da Educação, Fernando Alexandre, para que avance com obras de requalificação dos espaços a tempo de a situação não se repetir no final do próximo ano letivo.
O SPLIU lembrou estudos que concluíram que as condições das salas de aula influenciam as aprendizagens: "Encontra-se cientificamente comprovado que fatores como o 'layout' do mobiliário escolar, a decoração, e, sobretudo, a iluminação, a ventilação, o conforto térmico e a qualidade do ar, influenciam decisivamente as atitudes e os comportamentos dos alunos na sala de aula, e, consequentemente, o clima propiciador ao sucesso educativo", escreve em comunicado.
O sindicado lembrou ainda experiências com dispositivos tecnológicos para a implementação de salas de aula inteligentes que revelaram melhorias dos resultados escolares dos alunos, mas admite que "num País com parcos recursos" o MECI opte por investir "no isolamento, na proteção contra a incidência dos raios solares, na regulação da luminosidade e na climatização das salas de aula".
A primeira fase dos exames nacionais decorrem entre 17 e 30 de junho, estando marcada a segunda fase para o período de 17 a 24 de julho.
Os resultados dos exames da 1.º fase serão divulgados a 15 de julho.
Leia Também: "Nenhum aluno será prejudicado" após "problemas técnicos" em prova
