Pretoriano: 'Polaco' errou ao ir à AG mas isso não é crime, diz advogado

O advogado de Hugo Carneiro, Paulo Figueiredo, considerou hoje nas alegações finais do julgamento da Operação Pretoriano, no Porto, que o seu cliente errou ao ir à Assembleia Geral (AG) do FC Porto, mas que isso não é crime.

Hugo Carneiro, polaco, Operação Pretoriano

© Amin Chaar / Global Imagens

Lusa
01/07/2025 14:53 ‧ há 5 horas por Lusa

País

Operação Pretoriano

 

 

Hugo Carneiro, conhecido por 'Polaco', "estava no local errado, mas muito desejado por este, e à hora errada", afirmou o advogado Paulo Figueiredo, nas alegações finais da Operação Pretoriano, a decorrer no Tribunal de São João Novo.

O processo tem como arguidos Fernando Madureira, ex-líder dos Super Dragões, a mulher Sandra Madureira, Vítor Catão e ainda mais nove arguidos, acusados de crimes alegadamente cometidos numa assembleia geral do FC Porto, em novembro de 2023.

Está em causa uma eventual tentativa de a claque Super Dragões "criar um clima de intimidação e medo" na AG do FC Porto, na qual houve vários incidentes e agressões, para que fosse aprovada a revisão estatutária, "do interesse da direção" 'azul e branca', então liderada pelo ex-presidente do clube Pinto da Costa, sustenta a acusação do Ministério Público (MP).

"Ninguém o acusou de nenhuma atitude hostil, nem ninguém se sentiu ameaçado", disse o advogado de 'Polaco', referindo que o seu cliente entrou na assembleia porque o deixaram, mesmo sem ter direito a participar e a votar, por não ser sócio.

Ainda de acordo com Paulo Figueiredo, o 'Polaco' "não tinha direito, mas já tinha feito o mesmo em assembleias anteriores, por apoio a Pinto da Costa [histórico presidente do clube entretanto falecido] e ao seu amor incondicional ao FC Porto".

"Se havia um plano, não contou com a colaboração de Hugo Carneiro. Se havia um objetivo, era desconhecido de Hugo Carneiro", realçou Paulo Figueiredo, considerado a coautoria apontada pelo Ministério Público como "um puro exercício de imaginação".

O MP pediu na segunda-feira penas de prisão efetiva superiores a cinco anos para os arguidos Fernando e Sandra Madureira, Vítor Catão, Hugo 'Polaco', Vítor 'Aleixo', e o seu filho, que tem o mesmo nome, no âmbito da Operação Pretoriano.

A procuradora Susana Catarino defendeu ainda penas suspensas para os restantes seis arguidos e condenações mais gravosas para Fernando e Sandra Madureira, por liderarem a alegada planificação dos distúrbios da AG do FC Porto de novembro de 2023.

O advogado Gonçalo Nabais, que representa os Vítor 'Aleixo', pai e filho, rebateu a prática dos crimes que são imputados aos seus clientes, referindo que estes estavam na assembleia por direito próprio, por serem sócios, para participar e votar.

"[O Aleixo pai] não tem nada a ver com o esquema da bilhética. Os bilhetes encontrados na sua posse eram de sócio e não dos Super Dragões", referiu, acrescentando que não obedecia a ordens dos Madureira nem integrava um plano para desestabilizar a assembleia.

Gonçalo Nabais, no seu período de alegações, que durou cerca de duas horas e meia, colocou em causa e contestou declarações de algumas testemunhas "sem credibilidade" e "fragilizadas" a imputar ações violentas durante a assembleia por parte dos seus clientes.

"Condenar a pena de prisão efetiva é uma injustiça. Não se provam os factos imputados pela acusação", referiu o advogado, considerando que o processo está cheio de contradições.

Nabais aceita que o pai 'Aleixo' possa ser condenado por ofensa simples à integridade física, "pode ser condenado por isso", e sugere multas, nunca prisão efetiva, para que, enquanto cidadãos, "possam continuar a dar o seu contributo à sociedade".

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram em 17 de março a responder por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno de uma AG do FC Porto, em novembro de 2023.

Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases.

Leia Também: Pretoriano. Defesas de Fernando e Sandra Madureira pedem absolvição

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas