PCP critica partidos que choram "lágrimas de crocodilo" por trabalhadores

"Blá, blá, blá. E depois, no fim, vão-se alinhar, como se alinharam na semana passada contra o encerramento do grande comércio aos domingos e aos feriados. É isso que vai acontecer certamente", criticou.

Paulo Raimundo ; PCP

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
03/07/2025 16:41 ‧ há 7 horas por Lusa

Política

PCP

O secretário-geral do PCP manifestou hoje apoio aos trabalhadores da indústria que pedem o estatuto de desgaste rápido e antecipou que alguns partidos se vão alinhar contra essa proposta apesar de chorarem "lágrimas de crocodilo".

 

Também a coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, marcou hoje presença numa concentração de trabalhadores da indústria, em frente da Assembleia da República, organizada pela FIEQUIMETAL CGTP-IN, no mesmo dia em que os deputados debateram uma petição que exige o reconhecimento destas profissões como de desgaste rápido.

Momentos antes do debate no hemiciclo, o líder do PCP antecipou, "com alguma mágoa", que iria ouvir "discursos de lágrimas de crocodilo" e que "os trabalhadores fazem muita falta e são muito importantes".

"Blá, blá, blá. E depois, no fim, vão-se alinhar, como se alinharam na semana passada contra o encerramento do grande comércio aos domingos e aos feriados. É isso que vai acontecer certamente", criticou.

Paulo Raimundo salientou que tal facto "não retira a justiça destas reivindicações, nem retira a exigência de se concretizar", alertando para as consequências físicas e psicológicas de quem trabalha por turnos.

O líder dos comunistas voltou a apelidar PSD, CDS-PP, Chega, IL e PS como o "quinteto do retrocesso" no novo quadro parlamentar saído das legislativas de maio.

"E esse quinteto do retrocesso vai-se revezando. Uns tocam um dia um instrumento, amanhã tocam outro, mas estão todos articulados na mesma dinâmica, na mesma política", acusou.

Interrogado sobre as reuniões convocadas pelo executivo com Chega, IL e PS relativas às alterações à legislação sobre nacionalidade e imigração, Raimundo salientou que "não é por acaso que sobre esses temas se chamam os do quinteto".

"Eles lá se articulam. Vão arranjar umas manobras, vão mostrar uns aparentes desacordos, mas no fim vão estar todos de acordo. E esse é que é o grande drama", sustentou.

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, que também esteve presente nesta concentração, considerou estar em causa "uma luta muito importante" e profissões "fisicamente penosas".

"Aquilo que nós temos vindo a defender é que todas as pessoas que trabalham à noite ou por turnos possam ter condições especiais para exercer a sua profissão e um acesso à reforma antecipada", afirmou.

A deputada única salientou que o anterior governo do PS já tinha criado um grupo de trabalho para reconhecer profissões de desgaste rápido, mas o atual executivo PSD/CDS-PP "não fez absolutamente nada e entendeu que a única prioridade na lei de trabalho era alterar a lei da greve".

"O Governo elege como prioridade questões que não têm a ver com a vida das pessoas, nem com o dia-a-dia, nem com a qualidade de vida e de trabalho de quem vive e trabalha em Portugal", lamentou.

Interrogada sobre se considera mau sinal que o executivo tenha convocado para reuniões Chega, PS e IL sobre lei da nacionalidade, Mortágua considerou que "não há um diálogo possível a partir do momento em que o Governo escolhe impor ao país uma agenda que é da extrema-direita".

Interrogada sobre as eleições presidenciais, e se o BE ainda aguarda que António Sampaio da Nóvoa avance, ou se admite apoiar o comunista António Filipe, Mariana Mortágua rejeitou "especulações" e reiterou a importância de uma candidatura que possa "ultrapassar as fronteiras dos partidos e constituir espaços democráticos de respiração, de esperança, de decência e dignidade".

Já Paulo Raimundo, questionado sobre se via com bons olhos que outros partidos à esquerda apoiassem António Filipe, afirmou que essas decisões cabem a cada força política.

"Acho que é justo dizer que o António Filipe, pela forma de ser, pelas suas características, pelo projeto que carrega às costas, é um candidato que ocupa esse espaço dos democratas, dos patriotas, e que vai muito para lá das fronteiras do PCP", sustentou.

Leia Também: Raimundo exige que Portugal abandone "loucura de meios para a guerra"

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