Os preços das casas continuam a subir em Portugal e há problemas do lado da oferta por resolver, considerou esta quarta-feira o especialista em imobiliário Hugo Silva, destacando que o arrendamento está muito difícil.
"A procura pelo arrendamento está uma perfeita loucura. É uma casa para 20 clientes", disse Hugo Silva, em declarações à TVI.
O especialista lembra que as medidas do Governo foram positivas para incentivar os jovens a comprar casa, mas ainda há problemas do lado da oferta que devem ser resolvidos.
"As medidas foram muito importantes para os jovens começarem a comprar casa, temos sentido que pessoas que não estavam a conseguir comprar casa nos últimos quatro ou cinco anos voltaram ao mercado. A questão é que continuamos com muitos problemas do ponto de vista da oferta", explicou o especialista.
Hugo Silva explica que, "enquanto este problema não for resolvido, todo este cenário que todas as semanas vem para as notícias" vai manter-se.
"Se do lado da oferta não houver medidas efetivas que permitam que haja mais casas disponíveis no mercado, os preços médios vão continuar a subir e esta dificuldade de acesso em comprar casa ou no arrendamento vai continuar", explicou o especialista.
Na opinião do especialista, este problema não se resolve "a curto prazo", porque construir uma casa demora "entre um ano e um ano e maio".
Como se resolver? Na opinião de Hugo Silva, a resolução pode passar por um "mercado mais profissional do lado do arrendamento, com incentivos" e, do lado da oferta, a banca deve entrar na equação.
Preços das casas em Portugal continuam a subir
Os preços das casas em Portugal subiram 8% em junho face ao mesmo mês de 2024, segundo o índice de preços do idealista, divulgado na terça-feira. No mês passado, comprar casa tinha um custo de 2.898 euros por metro quadrado (euros/m2), tendo em conta o valor mediano.
Já em relação à variação trimestral, os preços subiram 4,4%, segundo a informação enviada num comunicado ao Notícias ao Minuto.
"Os preços das casas em junho subiram em 15 capitais, com Setúbal (20%), Santarém (15,3%), Évora (13,9%) e Ponta Delgada (13,6%) a liderarem a lista. Seguem-se Faro (10,3%), Viana do Castelo (10,1%), Coimbra (9,5%), Funchal (7,6%), Braga (6,5%), Porto (6%), Portalegre (4,8%), Vila Real (4%), Leiria (4%), Lisboa (2,3%) e Bragança (1,6%)", pode ler-se na nota divulgada.
Já em Aveiro, os preços mantiveram-se estáveis nesse período (0,5%).
Do lado oposto e em sentido contrário, os preços desceram em Castelo Branco (-3,1%) e Viseu (-1,9%).
Leia Também: Preços das casas em Portugal continuam a subir: Qual a cidade mais cara?