O Presidente dos EUA tem vindo a exigir que a Fed reduza as taxas de juro, classificando o presidente da reserva, Jerome Powell, como "perdedor" ou "teimoso".
Trump acusou, na semana passada, Powell de agir contra a economia norte-americana, defendendo um corte de três pontos percentuais nas taxas de juro.
Contudo, Jerome Powell já assegurou que os comentários do Presidente dos EUA não vão influenciar a sua decisão, que vai ser conhecida esta tarde, seguindo-se uma conferência de imprensa.
O mandato de Powell à frente da Fed termina em maio de 2026 e este tem vindo a demonstrar vontade de o cumprir integralmente, mesmo após as ameaças de despedimento por parte de Trump.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já considerou não haver qualquer razão para que este se demita no imediato.
Os analistas acreditam que, apesar da pressão da Casa Branca, a Fed não vai ceder, antecipando uma manutenção das taxas de juro.
O diretor de investimento global de mercados públicos da Allianz Global Investors, Michael Krautzberger, disse, em comunicado, esperar que a Fed volte a deixar as taxas de juro inalteradas.
"Os primeiros seis meses da administração Trump têm sido especialmente agitados para os responsáveis de política económica, marcados por choques, por um aumento da incerteza. As expectativas para o crescimento e a inflação em 2025 têm mostrado uma elevada volatilidade [...]. Os últimos dados macroeconómicos dos EUA refletem os desafios enfrentados pela Reserva Federal", destacou.
O BPI prevê igualmente que a Fed mantenha as taxas de juro, sublinhando a divergência de opiniões dentro da própria reserva, com os grupos mais cautelosos a anteciparem, no máximo, um corte nos juros este ano, enquanto a "ala mais acomodada" projeta, pelo menos, duas descidas.
No mesmo sentido, o economista-chefe da EY-Parthenon, Gregory Daco, perspetiva a manutenção dos juros, mas referiu que "será interessante ver se Powell insinua uma potencial flexibilização da política monetária até ao final do ano ou, pelo contrário, se vai evitar qualquer indicação".
Em 18 de junho, a Fed voltou a deixar as taxas de juro inalteradas, numa altura de incerteza sobre os impactos das tarifas norte-americanas.
As taxas de referência do banco central norte-americano permaneceram assim no intervalo de 4,25%-4,5%.
Leia Também: Fed deve manter as taxas de juro mesmo sob pressão da Casa Branca