"Esclarecemos mais uma vez a posição oficial de que, independentemente da política adotada em Seul ou da proposta feita, não estamos interessados e não há motivo para nos reunirmos com a República da Coreia" (nome oficial da Coreia do Sul), afirmou Kim Yo-jong num comunicado divulgado pela agência oficial KCNA.
A influente irmã de Kim Jong-un referiu uma incompatibilidade irreversível entre os dois países, que continuam tecnicamente em guerra, uma vez que o conflito terminou em 1953 com um armistício, sem que tivesse sido assinado um tratado de paz.
Esta declaração surge no momento em que o Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung (centro-esquerda), que assumiu o poder no início de junho, prometeu estender a mão a Pyongyang, argumentando que "seja qual for o custo, a paz é preferível à guerra".
Desde então, Seul deixou de transmitir propaganda anti-Pyongyang por altifalantes ao longo da fronteira. E pouco depois, a Coreia do Norte cessou a transmissão de ruídos perturbadores que incomodavam dia e noite os habitantes do Sul que vivem perto da fronteira.
Mas essa trégua sonora não significa que a Coreia do Sul possa acreditar numa trégua diplomática, alertou Kim Yo-jong.
Se Seul esperava reverter a situação "com algumas palavras doces, não há pior erro de cálculo do que esse", afirmou.
Lee Jae-myung quer, no entanto, romper com a linha do antecessor Yoon Suk-yeol (direita), que manteve uma retórica firme em relação a Pyongyang e estreitou os laços com os Estados Unidos.
As relações intercoreanas atingiram o ponto mais baixo em anos durante o mandato de Yoon.
Lee, por sua vez, deseja um diálogo transfronteiriço sem condições prévias.
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