Marcas cancelam uso de corantes. Trump aplaude, nutricionistas não

Donald Trump quer tornar a "América saudável". Contudo, especialistas dizem que as medidas são apenas artificiais e para 'americano ver'.

Skittles

© Kevin Carter/Getty Images

Andrea Pinto
05/08/2025 12:07 ‧ há 2 horas por Andrea Pinto

Mundo

Saúde

A administração Trump declarou vitória depois de as marcas Kraft Heinz, Skittles e General Mills terem decidido remover os corantes artificiais usados nos seus produtos.

 

A medida surge no seguimento da iniciativa que o presidente dos Estados Unidos chama de 'Make America Healthy' [Tornar a América Saudável].

A iniciativa, defendida pela secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., mostra preocupações relativamente aos impactos destes ingredientes na saúde dos norte-americanos.

Na sequência da medida, várias empresas alimentares foram pressionadas a alterar as suas formulações por forma a remover ingredientes como, por exemplo, os corantes artificiais. 

Mais saudáveis? Nutricionistas dizem que mudanças são escassas

Kennedy Jr., recorde-se, tem sido crítico acerca da quantidade de açúcar que é consumido pelos norte-americanos, tendo dito que as diretrizes dietéticas atualizadas este verão irão aconselhar a população a comer "alimentos integrais". 

Embora esta opinião seja aplaudida por Donald Trump, nutricionistas consideram que não há motivos para festejar. Dizem mesmo que as mudanças até agora conseguidos são apenas "trabalho de Relações Públicas [RP]".

"São apenas alterações a nível visual sem qualquer impacto na saúde. Apenas permitem às pessoas que defendem o MAHA dizerem que conseguiram mais um vitória", afirmou à CNN Internacional, o médico Barry Popkin, professor de nutrição na Universidade da Carolina do Norte.

Segundo a mesma fonte, as empresas estão a fazer apenas mudanças superficiais, muitas das quais já estavam em andamento há muito tempo devido à procura dos consumidores por ingredientes naturais. Por outro lado, criticam, medidas que podiam fazer a diferença, como  uma maior aposta nos cuidados de saúde, os vale-refeição, pesquisa e programas de saúde pública não estão a ter investimento.

Coca-Cola foi a primeira a fazer mudanças

Em julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que a Coca-Cola iria passar a usar cana de açúcar nas suas bebidas vendidas no país. 

 "Tenho estado a falar com a Coca-Cola sobre o uso real de cana de açúcar nas bebidas nos Estados Unidos. Eles concordaram em fazê-lo", começou por escrever na sua plataforma Truth Social.

A marca viria a confirmar dias depois, alegando que "como parte da sua estratégia de inovação contínua a empresa planeia lançar uma oferta feita com açúcar de cana dos Estados Unidos".

"Esta adição foi concebida para complementar o forte portfólio principal da empresa e oferecer mais opções para diferentes ocasiões e preferências", lia-se no seu comunicado.

Recorde-se que a Coca-Cola produzida no mercado norte-americano é normalmente adoçada com xarope de milho, enquanto no México e noutros países europeus é usado açúcar de cana. Aliás, a Coca-Cola produzida com açúcar de cana é coloquialmente apelidada de ‘Coca-Cola mexicana’ nos Estados Unidos, uma vez que é frequente que seja importada daquele país.

O açúcar de cana dos Estados Unidos da América é, na sua maioria, produzido no Texas, na Florida e no Louisiana, segundo dados do Departamento de Agricultura norte-americano. Ainda assim, a produção interna representa somente 30% do total do abastecimento de açúcar, sendo que o restante provém da beterraba sacarina ou é importado.

Leia Também: Mudanças na Coca-Cola. Haverá diferença entre açúcar e xarope de milho?

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