Hamas "terrorista" sem papel na governação de Gaza, defende Starmer

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, defendeu hoje o seu plano para reconhecer o Estado da Palestina em setembro, excluindo de qualquer solução de governo no enclave o grupo paramilitar islâmico Hamas, que descreveu como "organização terrorista".

Keir Starmer, Reino Unido,

© Getty Images

Lusa
06/08/2025 20:01 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Palestina

Numa entrevista ao canal britânico Channel 5 News, Starmer foi questionado se acreditava que um hipotético reconhecimento do Estado da Palestina pelo Governo britânico daria ao Hamas um "enorme impulso à sua imagem pública".

 

"Deixem-me ser muito claro sobre a minha posição em relação ao Hamas. Eles são uma organização terrorista. Devem libertar os reféns agora e não devem ter absolutamente nenhum papel na governação da Palestina. De forma alguma", respondeu o líder britânico.

"Isto é muito importante. Não tem nada a ver com reconhecimento. Esta é a minha posição firme, independentemente de qual seja a posição sobre o reconhecimento", acrescentou.

Apoiado militar e financeiramente pelo Irão, o Hamas é oficialmente designado como terrorista por Israel, Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e diversos outros países.

Juntamente com o Hezbollah no Líbano, os Huthis no Iémen e outros movimentos armados de menor dimensão no Médio Oriente, faz parte do chamado "eixo da resistência", que agrupa aliados iranianos que concertam ações contra Israel.

Starmer anunciou no final de julho que o Reino Unido irá reconhecer o Estado da Palestina em setembro, juntamente com outros países como a França e o Canadá, caso Israel não cumpra determinadas condições, como pôr fim à crise humanitária em Gaza, implementar um cessar-fogo ou apoiar uma solução de dois Estados para o conflito.

A posição do Governo britânico foi criticada pelo Governo israelita de Benjamin Netanyahu, que chegou a afirmar que Starmer e os líderes francês e canadiano estavam "do lado errado da história" e "compraram a propaganda" do Hamas.

Para este fim de semana, está prevista uma manifestação em frente à residência oficial do primeiro-ministro em Downing Street, Londres, organizada por alguns familiares britânicos de reféns israelitas ainda detidos pelo Hamas para exigir a sua libertação antes de qualquer anúncio de reconhecimento de um Estado palestiniano.

Starmer indicou na entrevista ao Channel 5 News que, para além deste reconhecimento antecipado, que teria lugar perante a Assembleia Geral da ONU em setembro, o Reino Unido está a fazer "tudo o que pode para aliviar a terrível situação em Gaza".

"Precisamos de mais ajuda [humanitária] em volume e em grande escala. As pessoas viram as imagens da fome e, entre os britânicos, há um sentimento de repulsa pelo que estão a ver", afirmou.

"É neste contexto que delineei a nossa posição sobre o reconhecimento", concluiu.

A Conferência Internacional para a Solução de Dois Estados no Médio Oriente terminou na semana passada nas Nações Unidas com uma declaração que apoia "inabalavelmente" uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano e a guerra em curso em Gaza.

A "Declaração de Nova Iorque" estabelece um plano por fases para pôr fim ao conflito de quase oito décadas e a guerra em Gaza, culminando com uma Palestina independente e desmilitarizada, ao lado de Israel, e a eventual integração deste país na região do Médio Oriente.

A reunião foi marcada por alertas para a fome em Gaza e a crescente indignação global com a falta de alimentos para os palestinianos devido às políticas e práticas israelitas.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023, no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 61 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 180 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.

Leia Também: Ex-refém do Hamas atira: Starmer "não está do lado certo da história"

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