Durante uma visita oficial a Moscovo, Doval disse que a viagem está planeada, embora ainda não tenham sido definidas datas, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
A agência russa Interfax noticiou que a visita poderá ter lugar no final de agosto.
"Estamos muito entusiasmados e satisfeitos por saber da visita (...). Penso que as datas estão agora quase definidas", afirmou o conselheiro indiano em Moscovo.
O anúncio surge um dia depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter elevado para 50% as taxas sobre as principais exportações indianas como punição pelas compras de Nova Deli de petróleo russo.
As receitas das vendas de petróleo e gás são fundamentais para a Rússia para manter o esforço de guerra na Ucrânia, que invadiu em fevereiro de 2022, face às sanções económicas ocidentais.
O Governo russo criticou as decisões de Trump como uma "tentativa grosseira de exercer pressão sobre um parceiro estratégico".
Para Moscovo, as medidas dos Estados Unidos procuram "punir a Índia por defender a sua autonomia energética" e não têm "qualquer relação real com a Ucrânia".
A Índia, o terceiro maior importador de petróleo bruto do mundo, adotou uma posição neutra e pragmática na guerra da Ucrânia e passou de importar menos de 2% do petróleo da Rússia para mais de um terço.
A Rússia passou a ser o principal fornecedor de petróleo da Índia, que aproveitou os descontos oferecidos por Moscovo como forma de manter receitas.
Apesar das crescentes pressões dos Estados Unidos, o Governo indiano defende a importação de petróleo russo como uma decisão de interesse nacional e uma ação que contribui para a estabilidade energética mundial.
"O interesse dos agricultores é a nossa principal prioridade. A Índia nunca comprometerá os interesses dos seus agricultores, pastores e pescadores", afirmou hoje o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, numa conferência em Nova Deli.
"Sei que terei de pagar um preço enorme por isso pessoalmente, mas estou pronto", acrescentou, sem especificar.
Putin não visita a Índia desde dezembro de 2021.
A eventual visita poderá reforçar a aliança estratégica entre Moscovo e Nova Deli num momento de realinhamentos globais e de disputa geopolítica, segundo a EFE.
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