João Lourenço quer indústria vietnamita para desenvolver agricultura

O Presidente angolano manifestou hoje o interesse de o Vietname instalar localmente indústria para a produção de equipamentos da agricultura, principalmente para apoiar os agricultores familiares, que ainda usam instrumentos muito rudimentares.  

Angola President visit

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Lusa
07/08/2025 16:03 ‧ há 1 hora por Lusa

Mundo

Angola

João Lourenço discursava depois da assinatura de sete instrumentos jurídicos, hoje em Luanda, no âmbito da visita de Estado, de 72 horas, que o seu homólogo do Vietname, Luong Cuong, realiza a Angola.

 

Os dois Governos assinaram memorandos nas áreas da defesa e segurança, justiça, comunicação social, comércio, petróleos, entre outras, que vão servir de base à cooperação que os dois países pretendem atingir nos próximos tempos.

O Presidente angolano destacou os laços de amizade e as relações entre os dois países, que datam de 12 de novembro de 1975, sublinhando que esta visita coincide com a comemoração dos 50 anos da independência de Angola e o estabelecimento de relações entre os dois Estados.

Segundo João Lourenço, ambos são "países lutadores, mas também países vencedores" da luta contra a colonização e invasões de forças estrangeiras.

"Temos hoje a obrigação de pensarmos apenas no desenvolvimento económico e social dos nossos países e é o que estamos a fazer, estamos em níveis de desenvolvimento diferentes, como é óbvio, mas a meta é a mesma, é tudo fazer no sentido de desenvolver as economias dos nossos países em prol do bem-estar dos nossos povos", referiu.

João Lourenço apontou a necessidade dos dois países cooperarem, porque "ninguém se desenvolve sozinho", salientando que nas conversações concluiu-se "que as trocas comerciais entre Angola e o Vietname estão num nível baixo, que não é satisfatório" e a necessidade de se "reverter esta situação", destacando o poder de exportação do Vietname de produtos manufaturados, com "uma economia muito diversificada, ao contrário que acontece com Angola".

"Os investidores privados vietnamitas querem vir investir em Angola em vários domínios da economia e nós estamos certos que, quando isso acontecer, juntamente com investidores de outras partes do mundo, vão nos ajudar a diversificar a nossa economia, a aumentar os volumes de produção de bens e serviços e consequentemente aumentar a nossa capacidade de exportação também de bens manufaturados e não apenas de matérias-primas", referiu.

O chefe de Estado destacou que há interesse mútuo de se reforçar a cooperação nos setores da defesa e segurança, agricultura, pescas e indústria transformadora.

"Sobretudo na indústria de produção de equipamentos para servir o campo, para servir as famílias camponesas que se dedicam à agricultura e que o fazem hoje com instrumentos muito rudimentares, que dificulta eles alcançarem o rendimento por hectare que seria de desejar", salientou.

O Presidente angolano expressou o desejo de o Vietname implantar em Angola uma indústria para se produzir localmente muitos dos equipamentos necessários ao desenvolvimento da agricultura, "que são pequenos, simples, mas que fazem diferença, sobretudo na agricultura familiar".

João Lourenço aceitou o convite do seu homólogo vietnamita para visitar aquele país asiático, o que deverá acontecer em 2026.

Por sua vez, o Presidente do Vietname disse que se inaugura uma nova fase da cooperação entre os dois países, reafirmando no domínio político o firme compromisso de continuar a solidificar as relações de amizade, solidariedade entre os dois Estados.

Luong Cuong disse que no plano económico os dois países acordaram em facilitar os acessos recíprocos de produtos com vantagens para os respetivos mercados, promover oportunidades de investimento e criar um ambiente favorável à participação das empresas, nas áreas da agricultura, petróleo, tecnologias de informação, entre outras.

"Além de continuar a fortalecer a cooperação tradicional como educação, formação, saúde, agricultura, as duas partes manifestaram interesse em ampliar parcerias em domínios como a defesa, tecnologias de informação, ciência, transição digital e transição verde", realçou Luong Cuong.

Leia Também: Mais de 500 advogados defendem detidos após tumultos em Angola

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