"Inaceitável": FCSH pede emissão "urgente" do visto de estudante de Tarek

A universidade queixa-se da "ausência de mecanismos eficazes que garantam a saída segura de estudantes em zonas de conflito impede a concretização do direito fundamental à educação e à segurança.”

Tarek Alfarra gaza antes da guerra

© Tarek Alfarra

Carolina Pereira Soares
08/08/2025 18:32 ‧ ontem por Carolina Pereira Soares

Mundo

Israel/Palestina

A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH) manifestou esta sexta-feira "a sua profunda preocupação com a situação de Tarek Al-Farra" - um jovem palestiniano que entrou num mestrado desta mesma instituição, mas que não consegue visto de estudante para Portugal.

 

A universidade garantiu ter “feito todos os esforços para apoiar Tarek, mas a ausência de mecanismos eficazes que garantam a saída segura de estudantes em zonas de conflito impede a concretização do direito fundamental à educação e à segurança.”

“Estamos perante uma situação inaceitável do ponto de vista humano e moral”, acrescentou.

Tarek, de 23 anos, vive em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, numa tenda num campo de deslocados. Foi a partir daí que terminou o último ano de licenciatura em 'Línguas e Traduções', num clima de guerra e constantes ataques. Mesmo assim, o jovem palestiniano conseguiu notas suficientemente altas para entrar em mestrado em Portugal.

Um esforço que pode ter sido em vão: para conseguir o visto, Tarek precisa de visto de estudante e só o consegue se se deslocar a Ramallah, na Cisjordânia.

Quem o diz é o próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros que alegou que “a responsabilidade é do requerente” em resposta à representante de Tarek em Portugal.

Conseguiu lugar na Nova, mas não consegue sair de Gaza. Governo não ajuda

Conseguiu lugar na Nova, mas não consegue sair de Gaza. Governo não ajuda

Tarek Al-Farra acabou os estudos, mesmo num ambiente de guerra, e teve tão boas notas que conseguiu vaga num mestrado na Universidade Nova de Lisboa, mas não consegue sair de Gaza - não tem como conseguir o visto, porque as embaixadas estão fechadas no enclave. E o Governo? Diz que a "responsabilidade é do requerente".

Carolina Pereira Soares | 18:06 - 07/08/2025

Uma viagem a Ramallah é praticamente impossível para Tarek, ou para qualquer outra pessoa na Faixa de Gaza. A autorização é dada apenas pelas autoridades israelitas, que não estão a permitir a passagem nas fronteiras.

A direção da NOVA FCSH apelou ainda “às autoridades portuguesas e israelitas para que atuem com urgência, garantindo a emissão rápida do visto de estudante e a implementação de mecanismos humanitários que permitam a saída de estudantes e investigadores de zonas de guerra”.

Sublinhe-se que Tarek Al-Farra, de 23 anos, está inscrito num mestrado na FCSH da Universidade Nova de Lisboa e até já pagou parte das propinas, mas não consegue obter visto para estudar em Portugal devido à guerra.

A Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH) da Nova manifestou-se, no final de julho, solidária com o caso, adiantando que se mantinha em contacto com o estudante palestiniano.

Leia Também: Trump gritou com Netanyahu por causa da crise humanitária em Gaza

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