A Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH) manifestou esta sexta-feira "a sua profunda preocupação com a situação de Tarek Al-Farra" - um jovem palestiniano que entrou num mestrado desta mesma instituição, mas que não consegue visto de estudante para Portugal.
A universidade garantiu ter “feito todos os esforços para apoiar Tarek, mas a ausência de mecanismos eficazes que garantam a saída segura de estudantes em zonas de conflito impede a concretização do direito fundamental à educação e à segurança.”
“Estamos perante uma situação inaceitável do ponto de vista humano e moral”, acrescentou.
Tarek, de 23 anos, vive em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, numa tenda num campo de deslocados. Foi a partir daí que terminou o último ano de licenciatura em 'Línguas e Traduções', num clima de guerra e constantes ataques. Mesmo assim, o jovem palestiniano conseguiu notas suficientemente altas para entrar em mestrado em Portugal.
Um esforço que pode ter sido em vão: para conseguir o visto, Tarek precisa de visto de estudante e só o consegue se se deslocar a Ramallah, na Cisjordânia.
Quem o diz é o próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros que alegou que “a responsabilidade é do requerente” em resposta à representante de Tarek em Portugal.
Uma viagem a Ramallah é praticamente impossível para Tarek, ou para qualquer outra pessoa na Faixa de Gaza. A autorização é dada apenas pelas autoridades israelitas, que não estão a permitir a passagem nas fronteiras.
A direção da NOVA FCSH apelou ainda “às autoridades portuguesas e israelitas para que atuem com urgência, garantindo a emissão rápida do visto de estudante e a implementação de mecanismos humanitários que permitam a saída de estudantes e investigadores de zonas de guerra”.
Sublinhe-se que Tarek Al-Farra, de 23 anos, está inscrito num mestrado na FCSH da Universidade Nova de Lisboa e até já pagou parte das propinas, mas não consegue obter visto para estudar em Portugal devido à guerra.
A Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (AEFCSH) da Nova manifestou-se, no final de julho, solidária com o caso, adiantando que se mantinha em contacto com o estudante palestiniano.
Leia Também: Trump gritou com Netanyahu por causa da crise humanitária em Gaza