Zelensky pede a Narendra Modi que reduza compras de petróleo russo

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que reduza as importações de petróleo russo, como forma de condicionar a invasão militar do seu país.

Volodymyr Zelensky

© Getty Images

Lusa
11/08/2025 17:17 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

importante que todos os líderes que têm uma margem de manobra tangível com a Rússia enviem os sinais apropriados", comentou Zelensky numa mensagem publicada nas redes sociais, no final do que descreveu como uma longa conversa telefónica com o chefe do Governo indiano.

 

Nesse sentido, o líder ucraniano pediu que sejam limitadas as exportações de energia da Rússia, especialmente petróleo, "para reduzir o seu potencial e capacidade de financiar a continuação desta guerra".

A par da China, a Índia é um dos países que tem adquirido hidrocarbonetos e outros produtos à Rússia, que encontra nos dois gigantes asiáticos uma forma de contornar as sanções económicas aplicadas pelo Ocidente a Moscovo.

A Índia é o terceiro maior importador de petróleo bruto do mundo e adotou uma postura neutra e pragmática em relação à invasão russa da Ucrânia, passando de menos de 2% do seu petróleo importado da Rússia para mais de um terço, fazendo de Moscovo o seu principal fornecedor e aproveitando os descontos oferecidos pelo Kremlin.

A poucos dias da cimeira marcada para sexta-feira no Alasca pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, com o homólogo russo, Vladimir Putin, o apelo do líder ucraniano está em linha com a pressão dos Estados Unidos sobre a Índia, que viu as suas tarifas comerciais agravadas até 50% como forma de distanciar Nova Deli de Moscovo.

Antes de anunciar o encontro com o líder do Kremlin, Trump tinha dado um ultimato a Moscovo para suspender os combates na Ucrânia, sob ameaça de agravamento das sanções e de tarifas secundárias para os países importadores de hidrocarbonetos russos.

Na chamada de hoje, o Presidente ucraniano relatou os últimos bombardeamentos da Rússia no seu país e os intensos esforços diplomáticos em curso, instando Modi a concordar que nenhum progresso na resolução do conflito na Ucrânia pode deixar Kiev à margem.

"Tudo o que está relacionado com a Ucrânia deve ser decidido com a participação da Ucrânia", insistiu Zelensky, num apelo que tem sido também reproduzido pelos principais líderes europeus, e deixou o aviso de que qualquer outro formato "não produzirá resultados".

Modi e Zelensky concordaram também em reunir-se em setembro, aproveitando a presença de ambos em Nova Iorque para as sessões da Assembleia-Geral das Nações Unidas, e expressaram a disponibilidade para realizarem visitas recíprocas no futuro.

Após a chamada com Zelensky, o primeiro-ministro indiano expressou o seu apoio a um fim "pacífico e rápido" para a guerra na Ucrânia, do mesmo modo que já tinha afirmado no seguimento de um telefonema na semana passada com Putin.

"A Índia continua empenhada em prestar toda a assistência possível neste sentido, bem como em reforçar ainda mais as suas relações bilaterais com a Ucrânia", declarou Modi.

Antes da reunião no Alasca, que não prevê a sua presença, Volodymyr Zelensky tem realizado múltiplos contactos com os seus principais aliados nos últimos dias e hoje voltou a apelar para que não se ceda às exigências de Vladimir Putin.

"A Rússia recusa-se a parar os massacres e, por isso, não deve receber quaisquer recompensas ou vantagens. E esta não é apenas uma posição moral, é uma posição racional", afirmou Zelensky nas redes sociais, acrescentando que eventuais concessões territoriais, admitidas por Trump, "não persuadem um assassino".

Antes da cimeira dos líderes russo e norte-americano, os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se hoje de urgência para concertarem posições.

O chanceler alemão, Friedrich Merz, convidou pelo seu lado os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia, o secretário-geral da NATO e vários líderes europeus para uma reunião virtual na quarta-feira.

Segundo Berlim, as negociações deverão focar-se "noutras opções de ação para pressionar a Rússia", bem como em "preparações para possíveis negociações de paz e questões relacionadas a reivindicações territoriais e segurança".

Leia Também: Merz convida Trump, Zelensky e NATO (antes de cimeira com Putin)

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas