Depois de, na segunda-feira, o nome do presidente da Câmara Municipal do Porto ter sido associado a uma eventual candidatura às eleições presidenciais de 2026, Rui Moreira confirmou, esta terça-feira, estar a equacionar entrar na corrida a Belém. Ainda assim, o autarca ressalvou que não anunciará a sua decisão "antes de setembro".
"Essa decisão é uma decisão que irei tomar nos próximos tempos e que, em qualquer caso, nunca anunciarei antes de setembro", disse, quando questionado no programa Crossfire, da CNN Portugal.
Apesar de, em abril, Rui Moreira ter confessado que não se considerava "talhado" para assumir o cargo, em entrevista à Antena 1, o autarca apontou que, desde então, "mudaram várias coisas".
"Durante mais de 40 anos, sempre desempenhei cargos executivos; fosse em empresas, fosse na Associação Comercial do Porto, onde fui presidente durante 12 anos, fosse na Câmara Municipal do Porto. Não me via nessa altura a executar um cargo não executivo, como é o cargo do Presidente da República. Sucederam também coisas no espetro político, houve candidaturas que avançaram, houve outras que não avançaram, e houve um conjunto de pessoas que já vinham falando comigo há muito tempo e que me vieram dizer que achavam que era uma boa altura para pensar numa candidatura presidencial. Portanto, foi em função disso que passei a admitir essa possibilidade", justificou.
O presidente da Câmara Municipal do Porto revelou ainda que já recebeu manifestações de apoio "desde o Minho até ao Algarve, e também das regiões autónomas". Reforçou, contudo, que não tem a decisão tomada.
"Como digo, não anunciarei em qualquer caso antes de setembro, porque tenho de presidir à Câmara do Porto", disse.
Quanto ao porquê do prazo estipulado, Rui Moreira explicou que "agosto não é grande altura para tratar deste assunto", ao mesmo tempo que recordou que "é em setembro que as candidaturas à Câmara Municipal do Porto terão de ser depositadas".
"Quero falar com a minha família, quero fazer a avaliação se tenho apoios - é preciso que se encontre financiamento para uma campanha destas", disse.
O autarca desvalorizou que o Partido Social Democrata (PSD) já tenha manifestado apoio a Luís Marques Mendes, uma vez que, na sua ótica, a forma como os cidadãos votam nas eleições presidenciais não está "demasiadamente conotada com os partidos políticos", mas sim com "o que conhecem do candidato e com o que esperam dele".
"Em 2013, quando apresentei a minha candidatura, o doutor Luís Filipe Menezes, que era um fortíssimo candidato, já estava a caminho de ser eleito; há mais de seis meses que andava a fazer campanha eleitoral. O doutor Manuel Pizarro, também ele um grande candidato do PS, já tinha apresentado a sua candidatura. Os partidos estavam todos eles - a não ser o CDS que, na altura, me apoiou - comprometidos com candidaturas. Ao fim e ao cabo, acabei por ir buscar, através de uma candidatura independente, pessoas da Direita, do centro-direita, do centro-esquerda", lembrou.
De qualquer modo, e até ao momento, há quatro candidatos confirmados na corrida a Belém, nomeadamente Henrique Gouveia e Melo, Luís Marques Mendes, António José Seguro e António Filipe.
Ainda que continue a liderar as intenções de voto dos portugueses, o almirante surge num "quase empate técnico" com o social-democrata e com o socialista no mais recente barómetro da Intercampus para o Correio da Manhã, CMTV e Jornal de Negócios.
[Notícia atualizada às 22h51]
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